O nome do opositor russo Alexei Navalny, preso há um ano, foi colocado na lista de “terroristas e extremistas” da Rússia, segundo um documento do serviço de informação financeira russo (Rosfinmonitoring), consultado hoje pela agência de notícias AFP.

A advogada Lioubov Sobol, aliada de Navalny e que está exilada devido a processos judiciais na Rússia, também foi incluída nesta lista.

De acordo com o Fundo de Luta Contra a Corrupção (FBK, na sigla em russo), a organização de Navalny que foi banida em junho, pelo menos outras nove pessoas com ligações ao opositor russo também foram adicionadas à lista.

Esta decisão faz parte de um contexto de repressão total na Rússia contra opositores e vozes críticas do Governo do Presidente russo, Vladimir Putin.

Em meados de janeiro, os dois principais aliados de Navalny, Ivan Jdanov e Leonid Volkov, que também vivem no exílio, foram adicionados à lista da Rosfinmonitoring.

A lista da Rosfinmonitoring inclui milhares de indivíduos e centenas de organizações políticas, islâmicas, religiosas e ultranacionalistas proibidas na Rússia. A lista integra, por exemplo, os talibãs, no poder no Afeganistão desde agosto de 2021, e o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

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Alexei Navalny foi detido em 17 de janeiro de 2021, no aeroporto de Moscovo, quando regressava da Alemanha após um período de convalescença, no seguimento de um envenenamento que o opositor atribui ao Kremlin (Presidência russa).

Berlim recebeu Navalny quando ele estava em coma e foram os cientistas do exército alemão que identificaram o veneno utilizado, uma substância neurotóxica desenvolvida pelos militares da época soviética.

A Rússia nunca abriu uma investigação sobre a tentativa de assassínio do opositor, alegando não ter pistas sobre o incidente e acusando Berlim de não partilhar as análises médicas de Navalny.

O ativista, que ao longo dos anos tem denunciado a corrupção das elites russas, foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de “fraude”, processo que ele afirma ter motivos políticos. A sentença desencadeou uma série de condenações internacionais e novas sanções ocidentais contra Moscovo.

A detenção de Alexei Navalny, de 45 anos, desencadeou várias manifestações no território russo, que foram fortemente reprimidas.

O movimento de Navalny foi classificado como “extremista” e foi banido, enquanto opositores, imprensa e organizações não-governamentais (ONG) consideradas críticas do Kremlin têm vindo a sofrer uma onda crescente de repressão.

Navalny é também alvo de novos processos, em particular por “extremismo”, o que pode implicar um agravamento do período de detenção do opositor russo.