Stephen G. Breyer, um dos três juízes da ala liberal do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América, vai reformar-se, avançam os meios de comunicação norte-americanos. Breyer, de 83 anos, ocupava o cargo há 27 anos.

Nomeado para o Supremo Tribunal em 1994, durante a presidência de Bill Clinton, Breyer, um liberal moderado e um dos principais opositores da pena de morte dentro do tribunal, trabalhou para construir um consenso dentro do organismo e proteger a sua numa altura em que se virou mais à direita, lembra o The New York Times.

A saída do magistrado deverá ser comunicada oficialmente pela Casa Branca esta quinta-feira, refere o jornal, que cita fonte próxima do processo. De acordo com a CNN, o anúncio será feito num evento na residência oficial do Presidente, que juntará o juiz e Joe Biden. Questionado sobre as notícias, Biden recusou-se a comentar, afirmando que, caso se confirme a saída, terá todo o gosto em discutir o assunto mais tarde.

A reforma de Breyer dará a Biden a oportunidade de nomear pela primeira vez um membro do Supremo, uma ocasião rara, já que o cargo de juiz do Supremo é quase vitalício. A última vez que um lugar ficou vago foi em 2020, após a morte de Ruth Bader Ginsburg, que integrava o tribunal desde 1993. A juíza tinha 87 anos.

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Biden poderá assim cumprir a promessa que fez durante a campanha eleitoral, de que escolheria uma mulher negra para o cargo. Interrogada sobre a promessa durante uma conferência de imprensa, Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, disse que Biden “afirmou e reiterou o seu compromisso em nomear uma mulher negra para o Supremo Tribunal”.

Patty Murray, do Partido Democrata, fez questão de recordar a promessa em comunicado, mostrando-se disponível para “agir o mais rapidamente possível para que se considere e confirme uma nomeada altamente qualificada” para o lugar de Breyer, “que quebre barreiras e faça história como a primeira mulher negra no Supremo Tribunal”.

Psaki não adiantar mais informações, mas segundo a Associated Press as conversasões sobre quem deverá substituir Breyer já foram iniciadas. Segundo a agência de notícias norte-americana, há neste momento três nomes em cima da mesa: Ketanji Brown Jackson, J. Michelle Childs e Leondra Kruger. Há muito que as juízas Ketanji Brown Jackson e Leondra Kruger são apontadas como possíveis nomeadas.

Artigo atualizado às 00h15 de 27/01/2022