Os preços das casas em Portugal subiram a um ritmo (homólogo) de 12,2% no terceiro trimestre, quase o dobro do ritmo de valorização do trimestre anterior, com os preços em Lisboa a voltarem às subidas acentuadas – tiveram uma “aceleração significativa”, assinala o Instituto Nacional de Estatística (INE). Os preços na habitação na capital portuguesa, que já tinham recuperado ligeiramente no trimestre anterior depois da descida do início do ano, dispararam 12,8% no terceiro trimestre, para um novo máximo histórico.
De acordo com as Estatísticas de Preços da Habitação ao nível local, divulgadas pelo INE esta terça-feira, no terceiro trimestre de 2021 o preço mediano das casas em Portugal subiu 12,2%, para 1.311 euros por metro quadrado (no trimestre antecedente a subida tinha sido de 6,8%). Esta aceleração, diz o INE, verificou-se em 20 das 25 sub-regiões em que o INE divide o País (o chamado NUTS III), “incluindo em 2 das 4 sub-regiões com preços medianos da habitação superiores ao do País: Algarve (+10,1 p.p.) e Área Metropolitana de Lisboa (+0,8 p.p.)
Na zona de Lisboa, a aceleração dos preços verificou-se em quase todos os concelhos. O INE nota que a “variação homóloga dos preços aumentou em 8 dos 11 municípios com mais de 100 mil habitantes da Área Metropolitana de Lisboa, tendo a aceleração sido superior à verificada a nível nacional (+5,4 p.p.) em Lisboa (+11,4 p.p.) e Amadora (+6,0 p.p.)”.
Como recorda o instituto de estatística, “Lisboa tinha sido o único município com mais de 100 mil habitantes a registar uma taxa de variação homóloga negativa no 1º trimestre de 2021 (-7,9%), no 2º trimestre esta taxa aumentou para +1,4%”. Neste trimestre que foi de julho a setembro de 2021, voltou às subidas acentuadas: 12,8%, acima da variação do país (+12,2%)”.
O que é que esta variação significa, na prática? Significa que no 3º trimestre de 2021, o preço mediano das casas (alojamentos familiares) em Lisboa foi 3.592 euros por metro quadrado. Este é um valor superior ao do 1º trimestre de 2020 (3.536 euros/m2), que na altura foi o mais elevado desde o início da série. Ou seja, os preços em Lisboa subiram a um novo máximo histórico.
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Já na Área Metropolitana do Porto, os dados mostram um cenário diferente: apenas os municípios de Santa Maria da Feira e Gondomar tiveram um aumento da taxa de variação homóloga – 3,6 pontos percentuais e 0,7 pontos percentuais, respetivamente – ambas inferiores ao aumento nacional, diz o INE.
Vila Franca de Xira foi onde os preços subiram mais rapidamente: quase 19%
Os dados do INE indicam que no terceiro trimestre de 2021, entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, todos os municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com exceção de Gondomar e Santa Maria da Feira, registaram preços medianos de habitação superiores ao nacional (que é de 1.311 euros/metro quadrado). Aqui, destacam-se os valores em Lisboa (3.592 euros/m2), Cascais (3.100 euros/m2), Oeiras (2.618 euros/m2), Porto (2.319 euros/m2) e Odivelas (2.190 euros/m2).
Porém, do conjunto de 15 municípios das áreas metropolitanas com mais de 100 mil habitantes, cinco apresentaram taxas de variação homólogas superiores à nacional (que foi de 12,2%). A subida mais acentuada foi em Vila Franca de Xira, com uma valorização de 18,6%.
Em Matosinhos e Cascais os preços subiram 14,1%, no Seixal 13,1% e em Lisboa, como já referido, 12,8%.
Pelo contrário, em Oeiras os preços subiram a um ritmo um pouco menor (10,3%), tal como em Odivelas (8,9%) e Porto (3,9%). Nestes casos, apesar da subida, a taxa de variação homóloga foi inferior à média nacional.
Este é um relatório que o INE prepara, a cada três meses, com base em dados fiscais e olhando para as transações de casas feitas no período. Os dados trabalhados pelo gabinete de estatística incidem apenas sobre as sub-regiões NUTS III e os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes – o estudo não é aplicável aos locais menos populosos.