Cagliari, Lecce, Empoli. Sérgio Oliveira, Sérgio Oliveira, Sérgio Oliveira. A Roma igualou a melhor série de vitórias consecutivas em provas nacionais antes da paragem pelos compromissos das seleções nacionais (da América do Sul, do Norte e da Ásia) e esse percurso coincidiu com a chegada do internacional português à equipa tendo um impacto imediato em golos e assistências. José Mourinho pode não ter conseguido todas as mudanças e reforços desejados no mercado de inverno mas sabia que no meio-campo ia melhorar.
“Ele é diferente dos outros. Conheço-o perfeitamente, sabia que ele faria a diferença em termos de decisões, sem ser um fenómeno em termos técnicos. Ele tem personalidade, sabe ditar os tempos, tem experiência adquirida num grande clube como o FC Porto. Precisávamos deste tipo de mentalidade”, comentou o técnico português após a partida com o Empoli para a Serie A em que os romanos começaram a ganhar por 4-0 na primeira parte mas permitiram auma meia recuperação do conjunto visitado para o 4-2 final. “Conseguimos reforçar a equipa com dois jogadores que tiveram impacto imediato. São dois músicos para melhorar a sinfonia da Roma”, reforçou Tiago Pinto, diretor geral da equipa, sobre o médio e Maitland-Niles.
No entanto, nem tudo foram rosas neste mercado e uma frase de Tiago Pinto interpretada de forma errática, quando disse que não poderia assegurar por completo que Zaniolo fosse ficar na Roma perante a cobiça que o jovem internacional continua a despertar, levou Mourinho a tomar uma posição antes da receção ao Génova, penúltimo classificado da Serie A. “São palavras absolutamente normais. É difícil para um diretor desportivo honesto, que não vende banha da cobra, conseguir dizer que um jogador vai ficar com 100% de certeza. Nem um jogador ficaria feliz por ouvir isso, porque quer sentir-se livre. Uma palavra importante aqui é maturidade. Foram palavras tiradas fora do contexto. E sim, estou satisfeito com o mercado”, defendeu.
Se esta semana Mourinho foi ainda notícia pela história com Marco, um adepto que segue o português desde que ganhou a Champions com o FC Porto em 2004 e que viajou da Sicília para Roma onde esteve uma semana à porta do centro de treinos do clube da capital com um cartaz a desejar feliz aniversário ao treinador português (59 anos, a 26 de janeiro) até ser convidado pelo Special One para almoçar, Mourinho não teve o seu presente. Ou melhor, teve por Zaniolo em cima do minuto 90′ mas foi anulado. E os romanos não foram além de um nulo, perdendo mais terreno na luta para chegar ao quarto lugar entre muitos protestos.
Apesar da vantagem teórica dos romanos perante um Olímpico com mais uma grande casa, foi o Génova que começou melhor, a jogar mais no meio-campo contrário e a visar mais a baliza de Rui Patrício, que teve de fazer uma intervenção mais apertada na sequência de um cabeceamento de Ekuban após livre (14′). Todavia, e sobretudo a partir do momento em que Sérgio Oliveira se conseguiu começar a soltar mais ficando Bryan Cristante mais fixo no meio-campo, a Roma foi conseguindo criar oportunidades com dois remates de perigo do português num livre direto (34′, defesa de Sirigu) e numa jogada conduzida por Zaniolo (40′, a acertar nas malhas laterais). Apesar do nulo ao intervalo, o golo parecia ser uma mera questão de tempo.
Afinal, não era assim tão linear. E nem mesmo com o risco das substituições, abdicando de Karsdorp, Sérgio Oliveira e Maitland-Niles por Veretout, El Shaarawy e Felix Afena-Gyan, nem com a expulsão de Leo Skiri Östigärd, com vermelho direto por uma falta em zona perigosa (68′), a Roma conseguiu desfazer a muralha do conjunto de Génova até surgir o grande momento do encontro, com Zaniolo a pegar na bola na direita, a fazer a diagonal até ao meio e a rematar de pé esquerdo de fora da área para o 1-0 aos 90′ antes da festa na curva sul do Olímpico de Roma que se mostrou de novo rendida à grande estrela da equipa e a decisão do VAR, que anulou o lance por uma falta de Tammy Abraham (que existe) no início da jogada e que fez com que Zaniolo acabasse por ser expulso com vermelho direto por protestos no quarto minuto de descontos.