Já é conhecida a data acordada: 10 de março. Será neste dia, em Londres, num local “neutro”, que o príncipe André será interrogado em pessoa pela dupla de advogados que voará dos EUA para o Reino Unido. Os dados são avançados pelo jornal The Telegraph, naquele que é mais um passo no caso que opõe o duque de York a Virginia Roberts Giuffre.

O príncipe será forçado a prestar um testemunho sob juramento perante os representantes da queixosa, David Boies e Sigrid McCawley, da Boies Schiller Flexner, estimando-se que o interrogatório possa durar dois dias. Depois do príncipe depor, os advogados escutarão Shukri Walker, a mulher que alega ter visto André junto com Virginia Giuffre numa discoteca há 20 anos, bem como Robert Ashton Olney, antigo assistente pesssoal do príncipe.

Recorde-se que Virginia Giuffre, hoje com 38 anos, acusa o filho de Isabel II, de 61 anos, de a forçar a ter sexo há mais de duas décadas, quando ainda era menor de idade, na casa da socialite britânica entretanto condenada Ghislaine Maxwell, na mansão de Epstein e também na ilha particular do norte-americano, que morreu na prisão. No final de janeiro, o duque de York respondeu oficialmente ao processo civil de agressão de sexual e exigiu um julgamento por júri.

David Boies, de 80 anos, e conhecido nos EUA pela capacidade de arrancar depoimentos, revelou estar ansioso por se encontrar com o príncipe olhos nos olhos. De Sigrid McCawley, conselheira legal de várias vítimas de Jeffrey Epstein, André também não deverá esperar facilidades no confronto. De resto, a defesa teme que as oscilações na narrativa conduzida pelo duque de York (e a memória de uma desastrosa entrevista à BBC em novembro de 2019) não sejam os melhores dos auspícios para este desempenho do príncipe, cujo depoimento tem vindo a ser preparado pela sua equipa em solo britânico.

Quanto a Giuffre, esta segunda-feira, o juíz Lewis Kaplan deu luz verde a quatro pedidos a tribunais no Reino Unido e Austrália, onde vive a queixosa e a sua família, de forma a ter apoio para garantir o testemunho de Virginia, que poderá depor via vídeo, devido às restrições impostas pela pandemia. Esta sexta-feira, uma fonte próxima do duque, citada pelo The Telegraph, manifestava a sua frustração pelo facto de Giuffre ainda não ter confirmado mais detalhes sobre o seu depoimento.

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