Doramar ou a Odisseia, o novo livro de Itamar Vieira Júnior, vencedor do Prémio Leya, do Jabuti e Oceanos pelo romance Torto Arado, é um conjunto de histórias sobre um Brasil ainda assombrado pelo passado. Dialogando com questões sociais e a tradição literária brasileira, Doramar ou a Odisseia reúne contos atuais, que tocam temas profundamente contemporâneos, como a destruição da floresta ou a construção de muros entre países. A edição é da Dom Quixote.

Depois da publicação de A Porta Estreita em janeiro, a Cavalo de Ferro vai prosseguir com a edição das obras de André Gide com O Imoralista, que chegará às livrarias no dia 7. O livro terá este mês uma outra edição, pela E-Primatur.

Pela Cavalo de Ferro, vai ainda sair Vidas Seguintes, de Abdulrazak Gurnah, Prémio Nobel da Literatura em 2021. Misturando histórias e ficção, Vidas Seguintes, publicado originalmente em 2020, “é um romance lúcido e trágico sobre África, o legado colonial e as atrocidades da guerra, bem como as infinitas contradições da natureza humana”, resumiu a Cavalo de Ferro. Ainda por esta editora, será lançado Um Certo Lucas, de Julio Cortázar.

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A Minotauro vai editar Raiva, do argentino Sergio Bizzio. O romance foi adaptado ao cinema por Guillerme del Toro. A Presença vai publicar A Breve Vida das Flores, da francesa Valérie Perrin, e a Marcador A Morte de Um Apicultor, do sueco Lars Gustafsson.

Os beijos, o novo romance de Manuel Vilas, vai sair pela Alfaguara, também em fevereiro. Mais perto do final do mês, a ASA vai publicar uma nova edição de Mr. Vertigo, de Paul Auster.

A Tinta-da-China vai lançar Mortal e Rosa, livro maior do escritor e jornalista espanhol Francisco Umbral sobre a morte do filho e a sacralidade da infância. A tradução é de Carlos Vaz Marques.

A Relógio D’Água vai editar Diário do Escritor, de Fiódor Dostoiévski (com tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra), e Um Virar de Costas Sedutor, o novo romance de Frederico Pedreira, autor de A Lição do Sonâmbulo.

Depois de Uma Solidão Demasiado Ruidosa, a história e confissão de Haňta, um homem cujo trabalho é destruir com uma prensa hidráulica, numa cave escura e suja de Praga, os livros mais preciosos, a Antígona vai publicar em fevereiro Comboios Rigorosamente Vigiados, do checo Bohumil Hrabal. A narrativa, marcada pelo humor negro que é característico de Hrabal, segue a história de Milos Hrma, um jovem aprendiz numa estação ferroviária na Checoslováquia ocupada pelos nazis.

Pela mesma editora, vai sair mais perto do final do mês Malina, de Ingeborg Bachmann, o único romance de Bachmann. É a história de I., a narradora, e uma reflexão sobre a sua existência como mulher e escritora através de reflexões pessoais e diálogos. Passado numa Viena decadente da segunda metade do século XX, o romance é uma viagem aos limites da linguagem e um retrato existencial lúcio e poderoso.

Obra da maturidade de Geoffrey Chaucer, Contos da Cantuária é uma das mais importantes e influentes obras da literatura inglesa e provavelmente a mais relevante do período medieval em Inglaterra. Composta na segunda metade do século XIV, um período de convulsões políticas e sociais, reúne histórias contadas por um grupo fictício de peregrinos a caminho da Cantuária e do túmulo do santo Thomas Becket, numa taberna em Southward, ao cair da noite. A primeira edição em Portugal, da E-Primatur, tem tradução de Daniel Jonas, feita a partir do inglês médio original.

A Caminho vai publicar Exterminem Todas as Bestas, do sueco Sven Lindqvist. O livro é o relato da viagem de Lindqvist pela África Central, partindo da linha do romance O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, que lhe dá título. Misto de livro de viagens, autobiografia e história das ideias, Exterminem Todas as Bestas é a revelação de uma espécie de geografia cultural “oculta” — a teoria e a prática da expansão imperialista. Pela mesma editora, vai sair ainda em fevereiro a autobiografia de Joshua Ruah, ex-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa.

Madame Curie é a história da cientista Marie Curie contada pela filha, Ève. Além de descrever as conquistas científicas de Marie Curie e os trabalhos pioneiros em torno da radiotividade, que lhe valeram dois prémios Nobel, o livro revela pormenores pouco conhecidos da infância e juventude da investigadora na Polónia, a que Ève teve acesso devido ao contacto privilegiado com os familiares. Esta edição, da responsabilidade da Livros do Brasil, inclui um prefácio assinado pela investigadora portuguesa Elvira Fortunato.

A Edições 70 vai editar este mês de fevereiro O Tempo dos Mágicos — A Grande Década da Filosofia (1919-1929), de Wolfram Eilenberger, sobre quatro alemães que revolucionaram a filosofia (Martin Heidegger, Walter Benjamin, Ernst Cassirer e Ludwig Wittgenstein), e As Ruínas da Década — O Médio Oriente Depois das Revoltas, de Francisco Bouza Serrano, um guia que ajuda a compreender a Primavera Árabe e as mudanças no Médio Oriente.

A Objectiva vai lançar Manipulados — A verdade sobre a batalha do Facebook pelo poder absoluto, uma investigação das jornalistas Sheera Frenkel e Cecilia Kang que revela os principais segredos das plataformas lideradas por Mark Zuckerberg.

Europeus Africanos, Uma História por Contar, de Olivette Otele, professora de História da Escravatura na Universidade de Bristol, em Inglaterra, traça a história desconhecida da presença africana na Europa, que muitos acreditam ser recente, partindo das vidas extraordinárias de um conjunto de indivíduos. Essa história começa com alguns séculos antes do nascimento de Cristo, com as rainhas de Merowe, nas margens do Nilo, e termina no Reino Unido contemporâneo. A edição é da Presença.

Pela Vogais, vai sair Domínio: Como o Cristianismo Moldou o Pensamento Ocidental, do  historiador inglês Tom Holland, que  traça a história do cristianismo desde a crucificação de Cristo até aos Beatles, defendendo a ideia de que quase todos os aspetos da civilização ocidental foram herdados da religião cristã.

A Bertrand vai publicar Gulag, da jornalista norte-americana Anne Applebaum, que documenta a história do Gulag, desde as suas origens durante a revolução russa e expansão durante o regime de Estaline até ao seu colapso quando a União Soviética começou a abrir-se ao mundo ocidental. O livro foi premiado com o Pulitzer de Não-Ficção em 2004.

A Dessassossego vai lançar A Chanceler: A Notável Odisseia de Angela Merkel, da jornalista Kati Marton, e Uma Breve História da Terra, de Andrew Knoll, professor de História Natural na Universidade de Harvard.