As falhas na rede Vodafone têm provocado, desde as 21h, diversas dificuldades na resposta de emergência médica que é dada após alertas dos cidadãos para a linha 112, devido a problemas em duas linhas essenciais. Ao Observador, uma fonte conhecedora desta linha explica que durante toda a noite se sentiram dificuldades na linha de acionamento — através da qual os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) pedem meios para uma ocorrência depois de ter recebido um alerta via 112 –, assim como na chamada linha verde, através da qual os bombeiros mobilizados para o local transmitem os dados ao CODU e recebem indicação sobre o que fazer. Isto, apesar dos esforços levados a cabo pelo INEM, e que passaram sobretudo por privilegiar o acionamento de meios através da rede SIRESP.
As dificuldades têm-se sentido nos centros de orientação do Porto, mas também de Lisboa, Coimbra e Faro, sabe o Observador.
Sempre que não é possível fazer a comunicação via rádio, os profissionais estão a ser obrigados a ligar para o 112 e fazer o percurso do cidadão comum para passar os dados da ocorrência. “Os bombeiros que no local precisavam de fazer passagem de dados através da linha verde (ligação dos bombeiros e técnicos ao CODU) tinham que o fazer através do 112, pois números não funcionavam”, explica a mesma fonte.
Quanto aos acionamentos, acrescenta, a falha na rede tem levado a muitos constrangimentos: “O CODU teve durante toda a noite problemas no acionamento de ambulâncias devido à falha na rede, havendo operadores do INEM a ter de utilizar telefone pessoal, fora da rede Vodafone, para o fazer”.
Em conferência de imprensa, Mário Vaz, CEO da Vodafone, deixou já a garantia de que a Vodafone está a trabalhar para oferecer soluções alternativas, nomeadamente ao INEM, que permitam minimizar os problemas sentidos.
INEM garante que todas as chamadas recebidas foram atendidas
Em comunicado enviado esta manhã, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) assegurou que “todas as chamadas de emergência transferidas pelas Centrais 112, geridas pela Polícia de Segurança Pública, para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM sempre estiveram asseguradas a 100%, não se verificando qualquer situação anómala”.
Tendo em conta os constrangimentos, explica a mesma fonte, “o INEM ativou no imediato o seu plano de contingência, privilegiando o acionamento através da rede SIRESP e recorrendo aos sistemas redundantes de que dispõe em termos de telecomunicações móveis. Deste modo, esteve sempre garantido o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica”.
O INEM aproveitou ainda o comunicado para pedir a colaboração de todos, solicitando às pessoas para que liguem para o Número Europeu de Emergência — 112 “apenas em caso de emergência”: “Todas as situações referentes a aconselhamento devem recorrer ao Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde, através do 808 24 24 24 , o que permitirá que aos CODU do INEM cheguem apenas chamadas de verdadeiras emergências médicas”.