O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, recebeu quinta-feira a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, e insistiu na necessidade de um prazo limite para garantir um acordo nuclear com o Irão, com as negociações bloqueadas há várias semanas.

“[Naftali Bennett] enfatizou que deve ser fixada uma data-limite para a conclusão das negociações, pelo facto de o seu prolongamento, para além de implicar o prosseguimento do enriquecimento de urânio, apenas serve os interesses iranianos”, informou em comunicado o gabinete do primeiro-ministro.

Na passada terça-feira foram reiniciadas em Viena as conversações com o Irão para evitar o fim do acordo, apesar de na quarta-feira a porta-voz da Casa Banca ter admitido que as negociações se encontram num “momento crítico” e que sem avanços será impossível os EUA retomarem acordo nuclear de 2015 em troca do levantamento das sanções económicas.

Nuclear: EUA alertam que sem avanços rápidos será “impossível” salvar acordo com Irão

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Os Estados Unidos participam de forma indireta nas negociações de Viena, que juntam representantes do Irão, Alemanha, China, Rússia, França e Reino Unido, restantes países que assinaram a acordo.

“No encontro foram discutidos de forma intensa os desafios regionais e de segurança, em particular o tema do nuclear iraniano. O primeiro-ministro apresentou a posição oficial de Israel, pela qual a assinatura de um acordo nuclear com o Irão seria um erro que poria em perigo toda a região” acrescentou o comunicado oficial sobre o encontro entre Bennett e Baerbock.

A ministra, na sua primeira deslocação oficial a Israel, também se reuniu esta manhã com o seu homólogo Yair Lapid para abordar o acordo com o Irão, a cooperação bilateral e o bom estado das relações.

A amizade entre Israel e a Alemanha baseia-se no facto de que não negamos o passado, nem fingimos que não existe. A existência de um Israel forte e orgulhoso é garantia para que esse passado não se repita”, indicou Lapid em conferência de imprensa conjunta após a reunião num hotel de Telavive.

Os dois ministros também abordaram a campanha “vergonhosa” e “falsa” de considerar Israel como um Estado que pratica o ‘apartheid‘, que apenas pretende “prejudicar o direito à existência de Israel como Estado-nação do povo judeu”, considerou Lapid.

O ministro referia-se à recente publicação de um extenso relatório da Amnistia Internacional (AI) que documenta diversos abusos dos direitos humanos contra a população palestiniana, e que segundo a organização são aplicados na lógica do sistema de ‘apartheid’ e constituem crimes contra a humanidade.

“O uso da palavra ‘apartheid’ contra um povo que sofreu o racismo mais que nenhum outro é imperdoável e não deve ser tolerado“, insistiu Lapid.