Cerca de 4.000 angioplastias primárias para o tratamento de enfarte agudo do miocárdio foram realizadas em 2021, mais 4,8% do que em 2020, segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC).

Os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção, divulgados no âmbito do Dia Nacional do Doente Coronário, assinalado esta segunda-feira, precisam que foram realizadas, no ano passado 4.002 angioplastias primárias, sendo a maioria dos doentes tratados homens e a média de idades acima dos 60 anos.

“Os dados do RNCI demonstram-nos um aumento do número de angioplastias primárias, procedimento para tratamento do enfarte, nos hospitais nacionais dotados de salas de hemodinâmica, um dado que nos aponta para um aumento do número de doentes tratados, o ano passado”, afirma o presidente da APIC, Eduardo Infante de Oliveira, citado em comunicado.

A associação destaca a importância do diagnóstico e tratamento precoces desta doença, como forma de reduzir o risco de mortalidade, a reincidência de enfarte e complicações associadas, salientando que a angioplastia coronária “é o melhor tratamento” para o enfarte agudo do miocárdio.

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“No hospital, o cardiologista de intervenção irá efetuar uma angioplastia coronária que consiste na colocação de um tubo muito fino (cateter) na artéria a ser tratada, através do qual se introduz um fio guia que atravessa a obstrução da artéria. Sobre o fio guia é introduzido um balão que será insuflado na zona da obstrução, restabelecendo, assim, o normal fluxo sanguíneo da artéria”, explica o Coordenador Nacional do Stent Save a Life, João Brum Silveira.

Na grande maioria dos casos é, ainda, necessário implantar uma pequena rede metálica expansível (stent), para que a artéria se mantenha permeável a longo prazo, adianta João Brum Silveira.

Com o objetivo de promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas, bem como alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce, a APIC tem a decorrer a campanha de consciencialização “Cada Segundo Conta”, com o apoio do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da iniciativa Stent Save a Life, da APIC.

Esta doença é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal, sendo que todos os anos mais de 12.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio.

O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes, tendo como sintomas de alarme dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade.

Enfarte agudo do miocárdio

Para evitar um enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar, reduzir o colesterol, controlar a tensão arterial e a diabetes, fazer uma alimentação saudável, praticar exercício físico, vigiar o peso e evitar o stress.