O filme “Salgueiro Maia – O implicado”, do realizador Sérgio Graciano, sobre um dos capitães da Revolução de Abril de 1974, estreia-se nos cinemas a 14 de abril, revelou esta segunda-feira a distribuidora Cinemundo.
O filme “é uma história de ficção baseada em factos históricos, relatos pessoais, revelações íntimas, emoções reais de quem acompanhou o capitão ao longo de toda a vida”, explicou a distribuidora em nota de imprensa.
“Salgueiro Maia – O implicado” tem argumento de João Matos a partir de uma biografia de António de Sousa Duarte e no papel de Salgueiro Maia estará o ator Tomás Alves.
O elenco conta ainda com Filipa Areosa, Diogo Matos, Catarina Wallenstein, Dinarte Branco, José Condessa, João Nunes Monteiro, José Raposo, entre outros.
Com produção da Sky Dreams Entertainment, e coprodução com a colombiana 11:11 Films & TV, o filme foi um dos primeiros projetos em rodagem durante a pandemia da Covid-19, na primavera e verão de 2020.
No final da rodagem de uma das cenas do filme no Terreiro do Paço, em Lisboa, Sérgio Graciano partilhava, em entrevista à agência Lusa, o “orgulho enorme” em poder retratar a vida “de um dos grandes heróis da História de Portugal”, considerando, no entanto, que a homenagem “peca por tardia”.
“Surge, no entanto, numa altura em que faz mais sentido que apareça uma história sobre Salgueiro Maia, já que se trata de uma figura ímpar. É um orgulho retratar um dos principais responsáveis da [conquista da] liberdade e é suficiente para me sentir muito orgulhoso do que estou a fazer”, reconheceu.
Na sinopse, lê-se que o filme conta as “pequenas revelações que permitem perceber melhor de onde vinha a moderação, a valentia, a educação e a firmeza com que sempre se apresentou publicamente, e que foram a chave para que a ‘Revolução dos Cravos’ tenha sido como foi”.
Fernando Salgueiro Maia nasceu em Castelo de Vide, em 1944, fez campanhas militares em Moçambique e na Guiné-Bissau, tendo ascendido ao posto de capitão em 1971. Como delegado da Arma de Cavalaria, fez parte da Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas (MFA).
A 25 de Abril de 1974, comandou a coluna militar que, partindo da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, ocupou a Praça do Comércio e cercou o Quartel do Carmo, em Lisboa, levando à rendição do então presidente do Conselho, Marcello Caetano, e à definitiva queda da ditadura do Estado Novo. Salgueiro Maia morreu a 3 de abril de 1992, aos 47 anos.
Sérgio Graciano, 47 anos, trabalha há cerca de duas décadas em audiovisual, em particular em realização para televisão, em programas de entretenimento, séries e novelas. Divide este tempo com produções próprias de cinema, tendo estreado a primeira longa-metragem em 2012, intitulada “Assim Assim”.
Em 2021 estreou nos cinemas o filme “O som que desce na terra”, na RTP a série “Chegar a Casa” e na HBO Portugal a segunda temporada da produção luso-espanhola “Auga Seca”, que correalizou com Toño López.
No verão passado filmou a série “A rainha e a bastarda” e terminou a rodagem da série “Da Mood”, ambas para a estação pública de televisão.
Sérgio Graciano tem ainda em mãos a transposição para cinema do drama “O da Joana”, do escritor Valério Romão, e está envolvido na série luso-islandesa “Cold Haven”, a rodar na Islândia.