O rapaz que estava, desde terça-feira, preso num poço com 25 metros numa aldeia no sudoeste do Afeganistão morreu, anunciou esta manhã o governo talibã.

Haidar, de 9 anos, não resistiu e acabou por morrer. A notícia foi difundida via Twitter por Anas Haqqani, conselheiro do Ministério do Interior afegão e um dos membros do governo talibã que se deslocaram a Shokak, na província de Zabul, a cerca de 400 quilómetros de Cabul, para acompanhar as operações de resgate. “Infelizmente, o Haidar deixou-nos para sempre”, escreveu. “Este é mais um dia de luto e dor para o nosso país.”

Criança de nove anos presa há dois dias em poço no Afeganistão

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Duas semanas depois de o marroquino Rayan ter também ele caído num poço e sucumbido após dias de tentativas infrutíferas de resgate, Haidar caiu quando estava a tentar “ajudar” os adultos a cavar um novo furo para abastecer de água a aldeia, devastada pela seca, contou à AFP Haji Abdul Hadi, o pai da criança.

Como aconteceu em Marrocos, as operações de resgate prolongaram-se ao longo de toda a noite e, também como tinha acontecido no caso de Rayan, a certa altura as notícias difundidas em todo o mundo foram de esperança, com as equipas de salvamento a chegarem muito, muito perto da criança.

Através do Twitter, Abdullah Azzam, secretário do vice-primeiro ministro, foi relatando o que acontecia no local. Às 7h, menos cinco horas em Portugal, Haidar estava a “poucos centímetros de distância”. “Mexeu a mão há algum tempo, mas agora está sem sentidos. Dois helicópteros estão prontos para o levar rapidamente para Cabul depois de ser retirado.
Orações”, escreveu o membro do governo talibã. Quatro horas depois, o rapaz seria finalmente retirado do poço. Segundo os médicos, anunciou Azzam, Haidar estaria “com vida” e a receber oxigénio, mas com um prognóstico muito “incerto”. A seguir, poucos minutos mais tarde, às 11h02 no Afeganistão, 7h02 em Portugal, chegou a notícia que ninguém queria ler: “O Haidar já não está entre nós”. “‘Pertencemos a Alá e a Ele regressamos’. Haider deixou-nos com o coração partido”, escreveu Abdullah Azzam logo a seguir.