Doski Azad, a mulher transgénero curda assassinada pelo irmão em janeiro, vivia escondida da família após receber várias ameaças de morte por parte de membros masculinos da própria família, de acordo com os relatos dos amigos.

Aos 23 anos, a maquilhadora de sucesso mudava de casa com regularidade. Há cerca de cinco anos que vivia sozinha, depois de a família lhe virar as costas. São também os amigos de Azad que contam que já antes a mulher transgénero temera pela própria vida.

Há sensivelmente três semanas, o corpo de Doski Azad foi encontrado numa vala, a cerca de 20 quilómetros da cidade de Duhok, na região autónoma do Curdistão iraquiano. De acordo com o The Guardian, as mãos de Azad estavam amarradas e a jovem foi baleada duas vezes.

Segundo a polícia de Duhok, Azad foi morta por um dos seus irmãos na sequência de um “assassinato de honra”. As autoridades, que foram alertadas para o sucedido por um outro irmão da vítima, emitiram um mandado de prisão para o alegado homicida, que terá vindo da Alemanha, onde vivia, para cometer o crime. “Até agora, a nossa investigação sugere que Doski Azad foi morta pelo irmão numa localidade fora da cidade antes de conseguir fugir da cena do crime”, explicou Hemin Suleiman, porta-voz da polícia local.

Também no ano passado era notícia que outra mulher transgénero fora assassinada por membros da família no Curdistão iraquiano. O grupo de direitos humanos curdos Yeksani esclareu ao jornal já citado que os crimes de ódio contra a comunidade LGBT+ naquela região têm vindo a aumentar. Segundo Zhiar Ali, à frente do grupo, viver abertamente “como uma pessoa LGBT+” é algo “profundamente estigmatizado”, além de que os “assassinatos de honra” são muito prevalentes.

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