André Ventura foi expulso do Twitter depois de três suspensões ao longo do último ano e de uma impossibilidade de publicar durante 12 horas. A rede social norte-americana decidiu que a conta do presidente do Chega “não será restabelecida” por ter violado as regras de conduta, o que deixa André Ventura afastado desta plataforma.
Na mensagem do serviço de apoio técnico do Twitter enviada a André Ventura, a que o Observador teve acesso, é possível ler-se que é “contra as regras promover violência, atacar ou ameaçar pessoas com base em raça, etnia, nacionalidade, casta, orientação sexual, género, identidade de género, religião, idade, deficiência ou doença grave”. Esta é a conduta seguida pela rede social para travar a propagação de ódio que é apresentada no site do Twitter e que deixa o líder do Chega sem acesso à conta oficial.
O presidente do Chega considera que este é o sinal do “grau zero da democracia e da liberdade de expressão” e, por essa razão, pondera recorrer para a justiça. “Nunca pensei que um dia como este chegasse. Uma expulsão de uma rede social num país democrático”, referiu em declarações ao Observador.
A origem da suspensão que se iniciou esta terça-feira é desconhecida pelo líder do Chega, mas André Ventura acredita que poderá estar em causa uma publicação em que partilhou uma foto onde se lê “Só o Chega percebe os riscos da imigração islâmica descontrolada“. A publicação continua ativa no Facebook, onde o presidente do partido nacionalista escreveu: “A Europa corre grande perigo e só o Chega tem a coragem de o dizer. Os outros escondem-se, refugiam-se no politicamente correto, e colocam-nos a todos em risco!”
Esta não é a primeira vez que André Ventura fica impedido de aceder ou até de publicar no Twitter. Em setembro de 2021 a conta foi bloqueada depois de uma publicação sobre o facto de Eduardo Cabrita, na altura ministro da Administração Interna, ter suspendido a execução da pena aplicada ao agente da PSP Manuel Morais por ter chamado, no seu Facebook pessoal, “aberração” ao líder do partido Chega.
André Ventura partilhou a notícia na rede social e acrescentou: “Se é assim que vive a III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado!”, numa resposta ao agente que defendeu nas redes sociais a “decapitação” de racistas.
Além das suspensões, André Ventura chegou a ver publicações apagadas, como aconteceu num post em que referia, sem apresentar dados, que a população cigana representa 15% a 20% dos prisioneiros em Portugal.