Os sistemas de condução autónoma, ou até mesmo as soluções mais simples de ajuda à condução, dependem da capacidade de ensinar as máquinas a “ver” o que se passa à sua volta, medir distâncias e determinar o nível de perigo. A maioria dos operadores no mercado, entre construtores de automóveis e as empresas tecnológicas como a Google, com a sua divisão Waymo, apostam nos LiDAR e nos radares. Mas a Tesla continua a insistir num caminho diferente.
Todas estas tecnologias evoluem a um ritmo quase diário, sobretudo os LiDAR e as câmaras, juntamente com a Inteligência Artificial (IA) que interpreta as imagens recolhidas, pelo que o que hoje favorece uma situação, amanhã pode favorecer outra. Mas isto não impede que se tenha de tomar decisões com regularidade, optando pela solução que apresente mais vantagens, sendo que todas elas têm também desvantagens.
A Waymo, da Google, é quem trabalha há mais tempo nesta tecnologia, tal como a Tesla. Só que esta tem como objectivo servir-se a si própria, enquanto a Waymo visa vender o seu sistema autónomo aos construtores que dele necessitem, o que no estágio actual das “coisas” não andará longe da esmagadora maioria. A Waymo e grande parte dos fabricantes têm revelado preferência pelo LiDAR, um sistema que emite um feixe de raios laser, cujo sinal é depois reflectido pelos obstáculos localizados à distância que pretendemos determinar.
Pelo seu lado, a Tesla testou os LiDAR e optou por favorecer as câmaras de vídeo de alta definição, associadas a um sistema de Inteligência Artificial (IA) da Tesla Vision, a quem cabe interpretar as informações recolhidas. Porém, a Tesla continua a extremar posições, pois até aqui o seu sistema conjugava câmaras e radares, mas o construtor norte-americano anunciou agora que os radares desaparecem.
O Tesla Vision passa a depender apenas das câmaras, alinhando pelo que sempre defendeu Elon Musk, que acredita que se os humanos dependem apenas dos olhos para ver e conduzir, então será possível fazer o mesmo com a ajuda exclusiva de câmaras.
O Tesla Vision sem radares e apenas com câmaras de vídeo já existia nas mais recentes versões dos Model 3 e Model Y. A partir de agora, de acordo com a imprensa norte-americana, passará a integrar os novos Model S e Model X, destinados (para já) aos EUA.