Depois da tempestade, a bonança. Ainda houve em São João da Madeira uma chuva forte com um inesperado empate frente à Sanjoanense consentido nos últimos segundos de jogo mas, após um arranque de temporada muito instável e com quatro derrotas em cinco encontros entre a terceira e a sétima jornada, o Benfica foi conseguindo acertar passo no Campeonato e chegava à 20.ª jornada com possibilidade de subir ao terceiro lugar tendo ainda uma partida em atraso. No entanto, o desafio era grande. E este FC Porto de Ricardo Ares tinha mostrado até aqui nos jogos grandes que reúne argumentos que nos últimos anos lhe faltavam.

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Apesar do calafrio na Taça de Portugal diante do modesto Alenquer e Benfica, que só caiu no prolongamento e com um atípico 10-7, os portistas, que este ano quebraram um longo jejum de títulos internacionais com a conquista da Taça Intercontinental frente ao Sporting, chegavam ao Pavilhão da Luz com uma série de oito vitórias seguidas, podendo igualar a melhor fase da temporada em caso de triunfo que iria também reforçar de forma importante a liderança da fase regular do Campeonato a seis jornadas do final.

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“A vitória é importante para o que é a construção da equipa, importante para o lugar que possamos alcançar ao nível da fase regular que vai ser decisivo para o percurso no playoff“, dizia Nuno Resende, treinador dos encarnados. “Vai ser um jogo totalmente diferente do que disputamos aqui na primeira volta. Eles agora levam 11 jornadas sem perder e são uma equipa distinta da que encontrámos cá”, assumia Xavi Barroso, jogador dos portistas. E havia um outro ponto a ter em conta: depois de uma longa série de triunfos seguidos desde 2013 nos encontros na Luz, o FC Porto tinha quebrado essa tendência com duas vitórias no playoff das meias-finais do Campeonato que valeriam depois o apuramento para a decisão dos dragões.

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Esses dois encontros de 2020/21 foram mesmo “apagados” e o Benfica voltou a ser superior no clássico, com um triunfo frente ao FC Porto que não só quebrou a boa fase dos azuis e brancos como mostrou o grande crescimento coletivo dos encarnados com o passar da temporada tendo um Pedro Henriques gigante na baliza e um Carlos Nicolía de novo decisivo no ataque, a marcar e a assistir para a vitória por 4-1.

O encontro começou equilibrado, bem jogado, com oportunidades para os dois lados e grandes momentos de inspiração dos dois guarda-redes, Pedro Henriques e Xavi Malián, que foram adiando o primeiro golo. E, quando surgiu, veio em dose dupla no mesmo minutos: Ezequiel Mena inaugurou o marcador para os azuis e brancos mas, logo na resposta, Nicolía, que esta semana foi notícia por poder trocar de equipa em Portugal por estar em final de contrato, fez o empate com um remate de meia distância (17′). A igualdade tinha sido desfeita por pouco tempo mas o Benfica conseguiria ia na frente para o intervalo, com Gonçalo Pinto a concluir da melhor forma uma grande jogada coletiva com assistência do capitão Diogo Rafael (24′).

Os encarnados saíam em vantagem pelo que produziram em termos ofensivos (e teve bolas nos ferros) mas sobretudo pela capacidade de travar os pontos fortes dos portistas nas transições e em defesa organizada. Foi assim que se manteve o clássico na segunda parte, com Mena a acertar no poste quando se mantinha o 2-1 no marcador (33′), até aos 11 minutos finais, altura em que Diogo Rafael viu cartão azul por acertar com o stick em Xavi Barroso (39′): Carlo Di Benedetto falhou o livre direto, o FC Porto não marcou em power play, Gonçalo Alves permitiu também a defesa de outro livre direto a Pedro Henriques mas Nicolía, após ter desperdiçado também um livre direto, assistiu Diogo Rafael numa jogada rápida para o 3-1 (42′). Pablo Alvárez, no último minuto e quando o FC Porto jogava 5×4, fechou as contas com o quarto golo.