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2022: A cor é Verde

Este artigo tem mais de 2 anos

Sim, o aquecimento global está aí. Não, não vai ficar tudo bem. As tendências de sustentabilidade para 2022 são o início de um longo caminho que temos pela frente

Nada poderá ser como conhecemos até aqui. E tudo começa nas empresas: os índices de sucesso têm de ser redefinidos, não se podendo basear apenas no lucro. Esta é uma das muitas conclusões dos estudos de sustentabilidade para 2022, que apontam para consumidores mais atentos, mais exigentes e mais decididos. As empresas que não se souberem adaptar perderão, definitivamente, negócio. E a falência, primeiro moral e depois económica, é uma opção real.

Para fazer a transição para a “nova empresa verde”, as empresas têm de estabilizar e desenvolver definitivamente a sua estratégia ESG. ESG é uma sigla que significa Environmental, Social and Corporate Governance. No fundo, uma série de políticas que as empresas deverão seguir para conseguirem atrair e reter consumidores conscientes. O lucro está presente, sim, mas será avaliado ao mesmo nível de, por exemplo, qual o impacto que essa mesma empresa tem no planeta – o que se vai refletir na avaliação da mesma no mercado.

Respeitar valores sociais e ambientais é uma base indispensável para todas as empresas até 2030, mas aquelas que se adaptarem mais cedo mais rapidamente terão sucesso. Em 2022, a que poderemos assistir?

Fazer mais com menos: as renováveis e a economia circular

Impulsionada pelas principais economias do mundo – que definiram fortes sanções para quem não cumprir as quotas de emissões de gases poluentes pré-estabelecidas – as energias renováveis vão crescer a um forte ritmo nos próximos anos. Atualmente, estudos da IRENA (International Renewable Energy Agency) apontam já que dois terços das energias renováveis que entraram em funcionamento a partir de 2020 foram mais económicas do que o combustível fóssil novo mais barato. Isto juntando-se à poupança de emissões para o meio ambiente.

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A energia solar é particularmente popular neste meio, trazendo agora novos conceitos, como o do autoconsumo. O autoconsumo é a ideia que defende que, tendencialmente, cada um pode produzir a energia usada para o funcionamento da sua casa – o que se torna particularmente verdade com o evoluir da tecnologia e das baterias, aumentando a capacidade de armazenamento. Com créditos pessoais como os da Credibom hoje até o financiamento para este tipo de soluções se tornou mais fácil do que nunca. E mais: as baterias e painéis solares de hoje, conforme certificado pela UE, se bem cuidadas são capazes de manter pelo menos 80% da sua capacidade nos próximos 30 anos. Se há investimentos para a vida, este é um deles.

Isto leva-nos à economia circular, que é não mais do que a substituição do nosso conceito antiquado de fim de vida. Este conceito assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem tanto de materiais como de energia. Esta é vista como um elemento-chave para combater a crise de consumo e matérias-primas: andámos durante demasiados anos a pedir ao planeta mais do que ele podia dar. De 2022 em diante as empresas serão julgadas consoante a sua capacidade de estender o fim de vida dos produtos e a mudança já se faz notar, até nos “intocáveis”. Exemplo disso é, por exemplo, a Apple, que já anunciou a fabricação e venda de kits próprios para reparações nos seus telefones – botões, ecrãs, baterias ou outros problemas semelhantes. Se antes um ecrã partido era, para a marca oficial, “cemitério garantido”, isso não voltará a acontecer.

CO₂: Compensar, anular e recompensar

Posto tudo isto, uma coisa torna-se evidente: as empresas vão ter de dar um passo em frente rumo ao “Climate positive”, que passará a ser tão relevante quase como o seu preço e produto. Por agora, a maioria das empresas toma como primeiro passo a compensação de carbono, que não é mais que retribuir ao planeta aquilo que tiram dele. Isto é, investindo em tecnologias ou projetos que ou evitam a emissão de gases com efeito de estufa ou removem os mesmos. Estes investimentos podem ir desde a plantação de árvores à implantação de tecnologia para a captura de emissões de carbono. Outras empresas assumiram até oficialmente o teletrabalho, para evitar que os seus trabalhadores contribuíssem ainda mais para a pegada ecológica com as suas deslocações diárias para o escritório.

Esta estratégia é um bom primeiro passo. Mas, infelizmente, não é suficiente para a situação grave que atravessamos. Para seguirem rumo ao net positive as empresas não podem só tentar “não fazer pior”: têm de ser ativas em prol do bem-estar do planeta. Isso consegue-se, no fundo, com a soma de todos os conceitos que falámos anteriormente. Inovações tanto de tecnologia como de design, de produtos e de materiais, de economia circular e reciclagem. Não basta pensar como produzir um produto e se o público suficiente para ter sucesso no mercado. As empresas são agora, também, obrigadas a pensar no seu fim.

Duas coisas são certas: os produtos desta década terão de ser melhores que os da década anterior e terão, certamente, de durar mais tempo. Reciclar já não é suficiente.

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