Rui Rio não está a ponderar indicar Alberto João Jardim para o Conselho de Estado. A garantia é de fonte próxima do líder social-democrata, que assegura ao Observador que a hipótese “nunca esteve em cima da mesa” e que o convite ao ex-presidente do Governo Regional da Madeira não consta dos planos do ainda presidente do PSD.

A informação foi avançada pelo jornal Público esta quinta-feira, adiantando que o líder social-democrata estava a ponderar indicar Alberto João Jardim para o órgão político de consulta do Presidente da República.

Neste momento, os sociais-democratas são representados pelo próprio Rui Rio e por Francisco Pinto Balsemão, militante número um e fundador do partido. Têm ainda lugar Miguel Albuquerque, na qualidade de presidente do Governo Regional da Madeira, José Bolieiro, dos Açores, Aníbal Cavaco Silva (na qualidade ex-Presidente) e Luís Marques Mendes e Leonor Beleza, escolhas pessoais de Marcelo.

Formalmente, o PSD pode indicar dois nomes para o Conselho de Estado. Na última legislatura, Rio fez questão de ocupar um lugar e convidou Balsemão para o mesmo efeito. De saída da liderança do PSD, não é ainda claro que Rio venha a querer novamente preencher a vaga e que outros convites fará.

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Desafiada a esclarecer a questão, a mesma fonte próxima de Rui Rio preferiu não fazer qualquer comentário sobre o assunto. Alberto João Jardim chegou a ter assento no Conselho de Estado na qualidade de presidente do Governo Regional da Madeira. Apoiante de Rui Rio nas últimas eleições internas, seria uma forma de Jardim voltar a ter lugar como conselheiro de Marcelo Rebelo de Sousa.

Francisco Pinto Balsemão manteve-se neutro durante a disputa entre Rui Rio e Paulo Rangel, elogiando ambos, ainda que tenha deixado um aviso que foi interpretado como um cartão amarelo a Rio. “Partidos que adormecem não duram muito tempo”, disse o fundador da Impresa à margem da tomada de posse de Carlos Moedas.

Rui Rio acabaria por ganhar essas eleições. O resto da história é conhecida: o líder social-democrata perdeu as legislativas, anunciou que estava de saída e tem agora de cumprir a passagem de testemunho. No entanto, no PSD, há quem suspeite que Rui Rio queira condicionar a escolha de vários cargos determinantes para o futuro do partido – conselheiros de Estado, líder e direção da bancada parlamentar, presidentes das comissões parlamentares, o próprio vice-presidente da Assembleia da República, representantes da Assembleia Parlamentar da NATO… — sem qualquer articulação com o sucessor.

De resto, Paulo Leitão, líder da distrital do PSD/Coimbra, vai forçar o próximo Conselho Nacional do partido, agendado para segunda-feira, a discutir a estratégia do partido nos próximos meses bem como os nomes que o ainda líder do PSD terá de indicar para vários órgãos, nomeadamente para o Conselho Nacional.