Aquilo que seriam duas equipas na Final Four da Taça de Portugal acabou por transformar-se numa espécie de meia-final antecipada da prova, com Benfica e Sporting a cruzarem no Pavilhão da Luz pela segunda vez na presente temporada depois da vitória dos encarnados no Campeonato pela margem mínima (4-3). Ainda assim, e olhando para o momento das equipas nessa segunda semana de dezembro, existiu uma viragem assinalável nos dois conjuntos e com vantagem (na teoria) para o conjunto da casa nesse particular.

Ânimos exaltados, agressões e polícia no rinque: Benfica vence Sporting na Luz em dérbi polémico (e com um “golo fantasma”)

Depois de uma série de quatro derrotas em cinco jogos entre a terceira e a oitava jornadas do Campeonato, o conjunto de Nuno Resende arrancou para uma série de 14 vitórias e um empate (consentido em São João da Madeira com a Sanjoanense nos últimos segundos) que tiveram o exemplo prático dessa melhoria no último fim de semana, com um triunfo esclarecedor frente ao líder FC Porto por 4-1. “Por ser um jogo a eliminar tem algumas condicionantes como a questão das grandes penalidades. Analisámos o adversário, os jogos anteriores, fizemos o trabalho normal, mas é um jogo que pesa muito. Queremos que pese pela positiva. Prometemos manter esta raça, determinação e orgulhar os adeptos”, analisara o técnico dos encarnados.

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Num percurso inverso nos últimos três meses, que tiveram pelo meio a derrota frente ao FC Porto na final a duas mãos da Taça Intercontinental, os leões tiveram também o seu deslize no Campeonato com o HC Braga mas deixaram sobretudo uma imagem má nas pesadas derrotas com FC Porto em casa (7-3) e com o Óquei de Barcelos fora (6-0) que deixaram a equipa no terceiro lugar mais longe da liderança e à mercê do Benfica caso os encarnados vençam o jogo em atraso. “Somos o Sporting e entramos sempre para ganhar seja em que pista for. Esta temporada temos tido mais momentos baixos do que é normal mas toda a equipa sabe onde tem errado e temos trabalhado muito para conseguir corrigir esses erros. O Benfica é uma equipa muito forte, tem vindo a crescer e em termos individuais tem se calhar o melhor plantel em Portugal. Já nós não estamos numa fase tão boa mas num dérbi isso não quer dizer nada”, resumira o guarda-redes Ângelo Girão.

Já com FC Porto (vitória em Oeiras por 7-3) e Oliveirense (2-0 em casa do Juventude de Viana) apurados, e com o Valença-Barcelos a jogar-se mais tarde, o dérbi que deveria ser o jogo grande da ronda tornou-se mais uma demonstração de superioridade do Benfica, que venceu o Sporting por 4-1 e, mais do que garantir a presença na Final Four da Taça de Portugal, mostrou que está nesta fase a nível dos melhores nacionais.

Os encarnados mostraram desde início as mais valias que conseguiram apresentar frente ao FC Porto, com uma defesa sólida e grande capacidade de saída rápida para o ataque que foi deixando alguns avisos à baliza de Ângelo Girão. Faltavam apenas os golos, que surgiram em minutos consecutivos e para o Benfica: Lucas Ordoñez recebeu de Gonçalo Pinto e atirou cruzado para o 1-0 numa dessas transições que quase de forma automática geravam oportunidades (11′) e Nicolía aumentou numa grande penalidade (12′). A vantagem fez com que os visitados estivessem ainda mais tranquilos em campo, ao contrário do que se passava com o Sporting que, além de não criar chances flagrantes, desequilibrou-se na parte final do primeiro tempo com dois cartões azuis seguidos para Ferran Font e Gonzalo Romero e viu o Benfica chegar mesmo ao 3-0 num livre direto de Nicolía (23′), acabando em cima dos leões em busca do quarto golo no jogo.

O início do segundo tempo ainda parecia mostrar um Sporting com mais ideias no plano ofensivo, tendo obrigado Pedro Henriques a defesas mais complicadas, mas o 4-0 de Pablo Álvarez num remate cruzado após passe de Edu Lamas (32′) e um livre direto falhado por Romero a seguir sentenciaram o vencedor do dérbi, que teve mais um golo a reduzir de Ferran Font (46′), vários cartões azuis exibidos às duas equipas (alguns sem justificação aparente) mas que foi sobretudo gerido de maneira exemplar pelos encarnados, que mais uma vez mostraram o grande salto qualitativo que deram ao longo da época.