Um estudo realizado pela Confused, uma empresa britânica especializada na análise e comparação de serviços financeiros, energia e seguros, determinou quais os países mais preparados para acolher os veículos autónomos, considerando a legislação, a capacidade tecnológica, o número de patentes, a capacidade de investimento das maiores empresas, a aceitação por parte do consumidor, as infra-estruturas, o número de postos de carregamento por milhão de indivíduos e a qualidade das estradas. Avaliados todos estes critérios, Portugal fica apenas na 20ª posição, entre os 30 países analisados.
Os automóveis autónomos, aqueles que podem ir de um ponto ao outro sem necessitar de quem os conduza, não figuram propriamente entre as principais necessidades dos condutores, exceptuando os amantes das novas tecnologias. Contudo, os veículos autónomos vão acabar por aparecer, em parte porque representam apenas mais um (longo) passo em frente, face às ajudas à condução já disponíveis no mercado, como o cruise control adaptativo e o lane centering.
Mas, se imaginarmos um cenário que pode estar a cinco ou 10 anos de distância – e isto é garantido, pelo menos por Bruxelas –, em que os automóveis não vão permitir que os seus condutores desrespeitem os limites de velocidade e as cidades não vão permitir a entrada ou o estacionamento em áreas determinadas, para facilitar o fluir do tráfego, estamos perante um quadro que abre a porta a serviços tipo Uber, mas sem condutor. Isto para reduzir o custo das viagens. Simultaneamente, também aumentará a procura de veículos que possam transportar o proprietário até ao local do almoço ou da reunião, para depois irem sozinhos estacionar mais longe do centro, à espera de serem chamados de regresso ao local. Daí que os automóveis capazes de circular sem condutor estejam condenados a ser uma realidade, assim que a tecnologia evolua para um sistema eficiente e mais seguro do que os condutores de carne e osso.
Segundo as conclusões do estudo, os EUA, Japão, França, Reino Unido e Alemanha são os países mais preparados para acolher carros sem condutor. Mas são os alemães a possuir a legislação mais avançada para permitir a circulação deste tipo de veículos. Por outro lado, no que respeita a possuir empresas de grandes dimensões e correspondente capacidade de investimento, são os EUA que lideram, sendo igualmente o país que mais patentes registadas possui nesta área. As melhores estradas para serem percorridas com a máquina a substituir o homem ao volante encontram-se nos Países Baixos. Estranhamente, é o Chile que lidera no que respeita ao interesse gerado junto do público.
Os EUA são, assim, o país mais preparado para os automóveis autónomos, com uma pontuação de 8,62 (num máximo de 10), seguido do Japão com 7,59 e a França com 7,37. O décimo país do ranking é a Suíça, com 5,58, o 15º é a Austrália, com 3,97, com Portugal a alcançar apenas a 20ª posição, com 3,08. O nosso país surge a mais de 5,5 pontos da liderança e a apenas cerca de 1 ponto do último da tabela, a Turquia, que reuniu somente 2,01 pontos.