A Altice Portugal vai mudar de liderança. Alexandre Fonseca vai assumir um cargo internacional, mantendo-se como presidente do conselho de administração (chairman) na empresa nacional. Na Altice Europe vai ser criada uma estrutura de três responsáveis — para onde irá Alexandre Fonseca — a quem as diversas operações europeias vão reportar.

Para CEO (presidente executiva) da Altice Portugal chega Ana Figueiredo, que desde 2018 liderava a Altice Dominicana. Entrou na empresa ainda no tempo da Portugal Telecom. Vai assumir o cargo a 2 de abril.

Alexandre Fonseca vai coordenar as operações de diferentes países, assumindo as funções de co-CEO e responsável pelas operações do grupo Altice, nomeadamente na Altice Europe. Haverá outro co-CEO responsável pela área financeira Malo Corbin e outro ainda pela área de engenharia David Drahi. Alexandre Fonseca garante que vai desempenhar as novas funções a partir de Lisboa.

Ana Figueiredo vai assim reportar a Alexandre Fonseca, que garante total autonomia de gestão à nova líder da Altice Portugal.

“A partir de 2 de abril todas as responsabilidade do grupo Altice Portugal serão da Ana Figueiredo, e eu [Alexandre Fonseca] deixarei de ter responsabilidades executivas ou operações. A Ana, enquanto CEO, tal como os outros CEO das outras operações, terão, com as suas equipas de gestão, toda a autonomia para implementar planos de negócios e as estratégias”, realçou Alexandre Fonseca, numa conferência de imprensa em que foram anunciadas as mudanças.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Passa a haver, acrescentou, no grupo multinacional uma entidade “com responsabilidade de assegurar que as equipas de gestão entregam os resultados e têm as mesmas prioridades do grupo e dos acionistas”. E reforçou: “Todas as operações são autónomas, a gestão totalmente autónoma, e têm de prestar contas àquilo que é a estrutura de grupo e as prioridades do grupo”.

Alexandre Fonseca reforçou, no encontro, que não há qualquer intenção dos acionistas da empresa em vender a companhia em Portugal. “Os acionistas já falaram do assunto, a operação portuguesa não é para vender, é uma das principais operações grupo e tem a confiança na gestão e na operação portuguesa”, realçando a “confiança dos acionistas em Portugal, nas operações em Portugal, e na sua continuidade. [A venda] é um não assunto”. Questionado sobre se a venda da operação nacional é uma linha vermelha para Alexandre Fonseca, o gestor diz já ter muitos anos de experiência para assumir não haver linhas vermelhas ou linhas de qualquer outra cor. “As estratégias, objetivos e opções de gestão tomam-se consoante os objetivos”, realça Alexandre Fonseca, que assume que há “trabalho a fazer para a sua missão, a sua estratégia e a obtenção de resultados”.

Para assumir a confiança em Portugal, Alexandre Fonseca sistematizou: a nova CEO da Altice Portugal é portuguesa, há um co-CEO na nova estrutura português e a Altice Portugal terá um chairman português, “funções que serão feitas a partir de Portugal”. Ou seja, disse, “Lisboa será também um pólo de gestão da Altice a nível internacional”. A lista de encargos desta nova equipa é ter uma estrutura transversal que “garanta sinergias, melhoria do serviço ao cliente, rentabilidade das operações e maiores eficiências nas operações no terreno”. As questões de consolidação, embora diga que o mercado caminha para aí, deixa aos acionistas que são quem tem essa competência.

Ana Figueiredo, que está desde 2016 em operações internacionais, integrou o então grupo Portugal Telecom em 2003. “É regressar a uma casa”, dizendo ter crescido na PT como profissional, “onde aprendi muito como profissional”. Uma palavra também deixada à Altice onde também diz ter crescido profissionalmente. “A missão segue a mesma”, assume a futura CEO da Altice Portugal, admitindo que vai pedir uma reunião de apresentação ao regulador Anacom. “Obviamente se me receberem vou com todo o gosto”, assumiu. A gestora diz estar “preparada para fazer crescer esta empresa, a operação, exportar o talento, a engenharia e a capacidade de gestão além fronteiras.”