A ministra da Administração Interna (MAI) manifestou este sábado “preocupação face à brutalidade e violência da agressão” contra polícias na noite de Lisboa, classificou tais atos de “intoleráveis” e prometeu um “rápido apuramento dos factos”.

“Francisca Van Dunem manifesta a sua preocupação face à brutalidade e violência da agressão, totalmente intoleráveis e que justificam um rápido apuramento dos factos e a responsabilização dos seus autores”, refere uma nota informativa do Ministério da Administração Interna (MAI).

Na mesma nota, a ministra exprime também a sua solidariedade para com os agentes agredidos, e com as suas famílias, e, em particular com o agente que se encontra hospitalizado, em estado grave.

Agressões a quatro polícias ocorreu no exterior da discoteca Mome em Lisboa

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Relativamente a este último polícia, que segundo disseram fontes policiais à Lusa está em coma no Hospital de São José, Lisboa, a ministra diz alimentar “a expectativa de que consiga vencer a luta pela sobrevivência e ultrapassar as terríveis dificuldades deste momento”.

O MAI indica que tomou conhecimento, através da Direção Nacional da PSP de uma “ocorrência que envolveu quatro agentes da PSP que terão sido vítimas de uma agressão quando — encontrando-se fora de serviço — tentaram apaziguar uma contenda num espaço de diversão noturna”.

De acordo com uma nota do Comando Metropolitano de Lisboa, a investigação do caso foi entregue à Polícia Judiciária (PJ) por configurar um crime de homicídio, na forma tentada.

CDS-PP pede rápida resposta do Estado e “eficácia exemplar”

O vice-presidente do CDS-PP Miguel Barbosa lamentou a facilidade com que são agredidos agentes de autoridade em Portugal e defendeu que tem de haver uma rápida resposta do Estado, com “eficácia exemplar”.

“Enquanto a facilidade com que se agride agentes da autoridade, profissionais de saúde numa urgência hospitalar (já para não falar de bombeiros ou professores) for inversamente proporcional à contundência da condenação social, à indignação da esquerda que protesta ou governa, ou à rapidez e eficácia exemplar da resposta do Estado, estamos em terreno fértil para os populistas”, escreveu o dirigente do CDS-PP, numa publicação na rede social Facebook.

Miguel Barbosa considerou que “a violência na noite não é um problema de hoje nem terá solução definitiva ou completa”, mas alertou que “começa a atingir proporções inaceitáveis”.

“Há 20 ou 30 anos a Europa teve de enfrentar um problema semelhante com a escalada de violência no desporto, sobretudo no futebol. Não deve ser preciso inventar nada. Basta querer. Os que se alimentam do problema – e que dele não podem por isso prescindir – são queixa sem solução”, afirmou.

O vice-presidente dos democratas-cristãos considerou que “é também por isto que o CDS-PP faz falta no parlamento”, referindo-se à falta de representação na Assembleia da República do partido que resultou das legislativas de 30 de janeiro.

“As suas razões de sempre são ferramenta essencial para a construção de propostas sóbrias e eficazes”, defendeu.

Chega pede alterações à lei para “penalizar de forma exemplar” agressões a polícias

O Chega defendeu alterações urgentes à lei para “penalizar de forma exemplar” os crimes contra “todos os elementos das forças de segurança”.

Em comunicado da direção nacional, o partido afirmou que, nos últimos seis anos de Governo PS, “já foram agredidos mais de cinco mil polícias, o que corresponde a uma média de 900 elementos das forças de segurança alvos de agressão anualmente”.

“O sentimento de impunidade que paira sobre os agressores representa um sério risco para o Estado de Direito em que vivemos”, considerou o Chega.

Além da alteração penal, o partido liderado por André Ventura apelou a “uma responsabilização inequívoca e eficaz de todos os intervenientes públicos, especialmente os políticos, que atacam a conduta dos agentes de autoridade quando estes são obrigados a intervir em situações de crise e de alto risco, colocando parte da sociedade contra aqueles que zelam pela segurança de todos os cidadãos”.

“Os elementos policiais não podem continuar a ser tratados com o desprezo que este governo de esquerda, apoiado até ao ano passado pela extrema-esquerda, lhe tem dedicado”, acusou o partido.

Entre as críticas, a direção do Chega apontou ao Governo “o pagamento de um subsídio de risco irrisório”, a falta de viaturas policiais e de condições em esquadras, bem como “a falta generalizada de elementos policiais que coloca em risco a segurança dos cidadãos, mas também dos próprios elementos das forças de segurança”.

“Não basta ao Governo dizer palavras solidárias aos agentes da autoridade. É necessário que atue em conformidade com a responsabilidade que estes homens e mulheres carregam todos os dias consigo e com os riscos que todos correm na sua missão diária e ininterrupta de fazer cumprir o Estado de Direito”, defendeu o partido.

Além de condenar as agressões da madrugada deste sábado aos polícias, o Chega desejou “rápidas melhoras” ao agente que se encontra em estado de coma no Hospital de São José e apelou a que os responsáveis “sejam rapidamente identificados e levados a enfrentar a justiça de forma inequívoca”.