Volodymyr Zelensky afirmou, esta terça-feira, que a delegação ucraniana “continua a trabalhar em vários níveis” com a Rússia, de maneira a pressionar Moscovo para um cessar-fogo. “Representantes ucranianos estão a trabalhar nas negociações, que continuam quase todos os dias”, disse, caracterizando-as como “muito difíceis”. De acordo com o Presidente da Ucrânia, algumas vezes as exigências russas são “escandalosas”, ressalvando, contudo, que “passo a passo estão a avançar”.

Num discurso ao país publicado nas redes sociais, o chefe de Estado ucraniano denunciou que cerca de “cem mil pessoais” estão numa situação de “bloqueio completo” na cidade de Mariupol. Os habitantes estão “em condições desumanas”: “Sem comida, água ou medicamentos”. E sob “bombardeamentos constantes”, acrescentou. “Há mais de uma semana que estamos a tentar organizar corredores humanitários estáveis para os moradores de Mariupol. E quase todas as nossas tentativas estão a ser impedidas pelos ocupantes russos”, condenou Volodymyr Zelensky.

Esta terça-feira, uma das colunas humanitárias “foi simplesmente capturada pelos ocupantes”, revelou o Presidente ucraniano, precisando ter ocorrido numa estrada perto de Manhush, em Donetsk. “Funcionários públicos e condutores de autocarro foram detidos.” “Estamos a fazer de tudo o que podemos para libertar as nossas pessoas e desbloquear o movimento de ajuda humanitária”, assegurou, agradecendo a todos “os altos representantes dos Estados europeus” que concordam a juntar-se a esta missão humanitária.

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Saudando as ações das Forças Armadas ucranianas, Volodymyr Zelensky que os ocupantes foram derrotados em Chornobaivka. Além disso, o Presidente ucraniano revelou que aviões russos foram abatidos. Algo com que também o chefe de Estado se mostrou satisfeito foi com as cimeiras do G7, NATO e a União Europeia, em que serão aprovados novos “pacotes de sanções” e “mais ajuda” para a Ucrânia.

Sobre as conversas diplomáticas, o Presidente ucraniano indicou ter falado com o Papa Francisco sobre a busca pela paz na Ucrânia e sobre as “atrocidades dos ocupantes”. “Agradeci à Sua Santidade por uma posição clara e forte contra a guerra e com as suas orações pela Ucrânia”, sinalizou, convidando-o a “visitar o país nesta altura crucial”. “Acredito que seremos capazes de organizar esta visita importante, que seria um apoio inequívoco a cada um de nós.”

Adicionalmente, Volodymyr Zelensky abordou o discurso ao Parlamento italiano, do qual “sentiu o maior apoio”. Falou também com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e com a Presidente da Eslováquia, Zuzana Čaputová, com a qual discutiu “a segurança de ambos os países” e o “desenvolvimento da Ucrânia — na União Europeia”.