O ator Alain Delon, de 86 anos, considerado uma lenda do cinema francês e europeu, decidiu recorrer à eutanásia e pediu ao seu filho Anthony para organizar todo o processo e para acompanhá-lo nos momentos finais.

Sim, é verdade. Ele pediu-me isso”, admitiu Anthony em entrevista à rádio francesa RTL.

A revelação de Antonhy surge pouco antes do lançamento de uma autobiografia intitulada “Entre chien el loup” (“Entre o cão e o lobo”, em português), onde recorda a relação com os pais e episódios da sua infância.

O ator já tinha, há vários anos, manifestado ser a favor da eutanásia, que é legal na Suíça, país onde vive, numa entrevista à revista francesa Le Point. Alain Delon considera que a  eutanásia é um procedimento “lógico e natural”.

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A partir de uma certa idade, uma pessoa tem o direito de sair tranquilamente, sem passar por hospitais, injeções e tudo o resto”, afirma Alain Delon sustentando a razão pela qual defende a eutanásia.

O pedido para que o filho o acompanhe nos momentos finais terá sido feito porque o ator ficou particularmente sensibilizado pela forma como Anthony cuidou da mãe na reta final da sua doença. A ex-mulher de Alain Delon, Nathalie, morreu aos 79 anos em janeiro de 2021 de cancro no pâncreas. 

Sim, acompanhei a minha mãe. E é verdade que ela decidiu morrer como viveu, ou seja, quando decidiu, optou pela eutanásia”, explica Anthony salientando que “felizmente” acabaram por não recorrer ao procedimento.

Alian Delon participou em cerca de 80 filmes ao longo da sua carreira, que terminou em 2017. Internacionalmente conhecido por filmes como “Morte de um Canalha” ou “O Ofício de Matar”, o ator franco-suíço sofreu um duplo AVC em 2019.