O russo Dmitry Muratov recebeu no ano passado o Prémio Nobel da Paz — um prémio que partilhou com a também jornalista Maria Ressa, das Filipinas. Os dois jornalistas lutaram pela defesa da liberdade de expressão e contra o autoritarismo nas Filipinas e na Rússia. Agora, Dmitry Muratov decidiu vender a medalha para ajudar refugiados ucranianos.

A informação foi avançada esta terça-feira pela Novaya Gazeta, jornal independente russo onde o jornalista trabalha como editor-chefe. “Peço às casas de leilões que respondam e coloquem em leilão este prémio mundialmente famoso”, lê-se numa nota publicada no site. 

Dmitry Muratov defendeu ainda que a Rússia deve declarar um cessar-fogo imediato, deve devolver os corpos das pessoas que perderam a vida e abrir corredores humanitários para que as pessoas possam fugir da guerra.

Este jornalista tem sido uma das vozes da oposição a Vladimir Putin e foi um dos fundadores da Novaya Gazeta, em 1993. Em outubro do ano passado, durante a cerimónia de atribuição do Prémio Nobel, a Academia Nobel sublinhou que este jornalista defende, há décadas, “a liberdade de expressão na Rússia, em condições cada vez mais difíceis“.

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Nobel da Paz de 2021 vai para os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov, que lutam pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia

Ainda sobre o jornal independente que Dmitry Muratov fundou, a Academia Nobel fez questão de sublinhar que, desde a existência deste órgão de comunicação, foram mortos seis jornalistas. “Os adversários do Novaya Gazeta responderam com perseguição, ameaças, violência e assassínios.”

A propósito da invasão da Rússia à Ucrânia, o Nobel da Paz disse, no dia em que as tropas de Moscovo começaram a atacar o território ucraniano, que o jornal russo onde trabalha seria publicado em duas línguas — em russo e em ucraniano.