Nos dias que correm não tem sido habitual ver Volodymyr Zelensky, que antes de ser presidente da Ucrânia até se celebrizou como comediante, a esboçar um sorriso sequer. Esta terça-feira, durante a entrevista de uma hora que concedeu presencialmente à Euronews e em que admitiu deixar cair o objetivo do país de aderir à NATO, desde que devidamente secundado em referendo pelos ucranianos,  Zelensky não se limitou a sorrir, soltou mesmo várias gargalhadas — o momento de humor (que também foi de amor) está rápida e previsivelmente a tornar-se viral.

Questionado sobre com quantos líderes mundiais fala agora todos os dias, o presidente ucraniano fez as contas de cabeça e respondeu com uma média de “dez ou oito”. Quando a jornalista lhe fez a pergunta seguinte — “Qual é o seu preferido?” —, Zelensky tentou não ferir suscetibilidades e fugiu à questão. “Não sei, posso dizer-lhe com quem tenho demasiados contactos”, começou logo por tropeçar. “Não demasiados, muitos, não demasiados! Para não ser mal compreendido”, ressalvou, já entre risos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Tenho muitos contactos com Duda, Andrzej Duda; tenho muitos contactos com Macron; tenho muitos contactos com Boris Johnson. Com os países bálticos…”, enumerou, já recomposto, o presidente ucraniano, que nem por isso conseguiu demover a jornalista, que voltou à carga. “São todos os seus preferidos?”

Foi aí que, percebendo que não tinha saída, Volodymyr Zelensky acabou por optar por uma saída diplomática e por fazer rir o grupo de jornalistas presentes. Qual é o líder mundial de que gosta mais? “A minha mulher”, respondeu, mais uma vez a rir à gargalhada, num misto de humor e amor para com Olena Zelenska, a mulher com quem casou há já 19 anos e que é mãe dos seus dois filhos, Aleksandra, de 17 anos, e Kyrylo, de 9.

O momento, que tem sido muito partilhado nas redes sociais, está longe de ser consensual: enquanto há quem elogie a capacidade do presidente ucraniano para manter o sentido de humor num momento tão doloroso e delicado, outros acusam Zelensky de não saber manter a compostura. Mesmo que, depois da piada, se tenha apressado a pedir desculpa.