Os líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) e a União Europeia (UE) manifestaram-se esta terça-feira disponíveis para reforçar sanções à Rússia pelo ataque à Ucrânia, nomeadamente limitando transações em ouro pelo banco central russo.
“Encarregamos os ministros relevantes de uma iniciativa focada em monitorizar a plena implementação de sanções e de coordenar as respostas relacionadas com medidas preventivas, incluindo em relação a transações de ouro pelo banco central da Rússia”, refere o G7 numa declaração esta terça-feira divulgada.
A posição oficial surge depois de a Casa Branca ter anunciado que os países do G7 e da UE vão sancionar as transações envolvendo reservas de ouro da Rússia, para evitar que Moscovo contorne as sanções impostas pelo Ocidente.
Na declaração, publicada após uma cimeira do G7 em Bruxelas no mesmo dia em que se realizam reuniões de alto nível da NATO e dos líderes da UE, os responsáveis do Grupo acrescentam estarem disponíveis “para aplicar medidas adicionais conforme necessário, continuando a agir em unidade”.
“Sublinhamos a nossa determinação em impor graves consequências à Rússia, inclusive através da plena implementação das medidas económicas e financeiras que já impusemos. Continuaremos a cooperar estreitamente, inclusive através de contactos com outros governos para adotarem medidas restritivas semelhantes às já impostas pelos membros do G7”, indica o documento.
Na declaração, são também apontadas medidas para estabilizar o mercado energético e fazer face à escalada de preços, bem como iniciativas para assegurar segurança alimentar em altura de constrangimentos e problemas de ‘stock’.
“Estamos a tomar novas medidas para reduzir a nossa dependência da energia russa e trabalharemos em conjunto para esse fim. Ao mesmo tempo, asseguraremos fornecimentos seguros alternativos e sustentáveis e atuaremos de forma solidária e em estreita coordenação no caso de possíveis ruturas de abastecimento”, referem os líderes do G7.
Além disso, manifestaram-se “dispostos a eliminar gradualmente a sua dependência das importações de gás, petróleo e carvão da Rússia”.
Relativamente ao abastecimento, os lideres do G7 lamentam que “a guerra do Presidente Putin coloque a segurança alimentar global sob uma pressão acrescida”.
“Continuamos determinados a acompanhar de perto a situação e a fazer o necessário para prevenir e responder à evolução da crise global de segurança alimentar. Faremos uso coerente de todos os instrumentos e mecanismos de financiamento para abordar a segurança alimentar e criar resiliência no setor agrícola, em consonância com os objetivos climáticos e ambientais”, adiantam.
A ofensiva russa em instalações nucleares na Ucrânia é ainda mencionada na declaração, com os responsáveis a salientarem que “a Rússia tem de cumprir as suas obrigações internacionais e abster-se de qualquer atividade que ponha em perigo os espaços nucleares”, devendo abster-se de “qualquer ameaça de utilização de armas químicas, biológicas e nucleares ou materiais afins”, dados os compromissos internacionais nestas áreas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.