Cerca de 1.250 pessoas já abandonaram São Jorge, nos Açores, por via marítima e aérea, desde o início da crise sismovulcância, que está a acontecer na ilha desde sábado, revelou esta sexta-feira o presidente do Governo Regional.

“Neste instante, a informação que posso prestar quanto ao realizado e não quanto às reservas em curso, [é que] a Atlânticoline [empresa de transporte marítimo], relativamente aos dias de 23 e 24, transportou 653 pessoas, creio que 39 viaturas. A SATA aponta para, nos dias 20 até 24, cerca de 600 pessoas”, adiantou José Manuel Bolieiro, que está desde quinta-feira em São Jorge.

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Os “valores redondos” quanto à saída de população de São Jorge foram revelados pelo presidente do Governo Regional numa conferência de imprensa, após uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Velas, Luís Silveira, e com o presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques.

José Manuel Bolieiro acrescentou que o mau tempo registado na ilha não cancelou nenhuma ligação aérea e marítima e não existem “previsões de cancelamento”.

“No entanto, nós açorianos estamos muito familiarizados com as nossas condições atmosféricas e com a nossa condição arquipelágica e ultraperiférica. Não podemos deixar de parte a possibilidade de, repentinamente, essas condições se alterarem. No entanto, o esforço é de manter o programado”, afirmou.

Segundo os dados provisórios dos Censos 2021, a ilha de São Jorge tem 8.373 habitantes, dos quais 4.936 no concelho das Velas e 3.437 no concelho da Calheta.

O presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) anunciou ainda que vai haver uma “suspensão temporária” da atividade curricular na Escola das Velas.

“Haverá uma suspensão temporária de atividade curricular, de modo que, para os alunos que queiram frequentar a escola, está assegurado o funcionamento da escola. Os que optarem, neste período, por não frequentar a escola não têm um prejuízo curricular porque não ficam em situação de falta”, afirmou.

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Referindo que as políticas adotadas têm procurado promover a “normalidade de funcionamento” da vila, Bolieiro reconheceu que é “muito difícil” encontrar o “ponto de equilíbrio” entre assegurar “vigilância”, mas sem gerar “alarme”.

“Bem sei que o ponto de equilíbrio é muito difícil. Por um lado, estamos responsavelmente, enquanto autoridades públicas e políticas, a fazer o alerta para a vigilância das pessoas e, por outro lado, também não queremos, porque não há razão para isso, gerar alarme social quanto à matéria”, afirmou.