O presidente do governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, revelou esta sexta-feira que não existe “razão alguma” para mudar o alerta vulcânico de São Jorge, que está no nível V4 (de cinco), devido à crise sismovulcânica na ilha.

“Não há razão alguma para alterar o alerta sismovulcânico de V4. Há, por isso, nessa matéria estabilidade”, afirmou o líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).

José Manuel Bolieiro falava na ilha de São Jorge, numa conferência de imprensa após uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Velas, Luís Silveira, e com o presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques.

O líder do Governo Regional acrescentou que o “planeamento”, em caso de um possível sismo de maior magnitude ou de uma erupção, está a decorrer com a “máxima proficiência” e anunciou um “reforço de meios” para a ilha na área da saúde, composto por quatro médicos, cinco enfermeiros e um psicólogo.

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O reforço do pessoal médico visa “assegurar transitoriamente” que o centro de saúde da Calheta funcione “24 horas sem interrupção”.

O presidente do Governo Regional insistiu que não “existe nenhuma declaração de evacuação” do concelho das Velas, com a “exceção” da retirada de pessoas de mobilidade reduzida e dos habitantes das fajãs.

“Relativamente às fajãs, o despacho é bem claro. São todas as fajãs e só as fajãs do concelho de Velas […]. As fajãs toponimicamente assim identificadas. Não se trata de uma questão de orografia, mas sim de toponímia e que é do perfeito conhecimento de toda a população”, especificou.

O presidente da Câmara das Velas, Luís Silveira, realçou ainda que a eventual evacuação de todo o concelho está “preparada”.

“Em termos de evacuação do todo do concelho por freguesia, e são seis freguesias do concelho de Velas, estão definidos os corredores e os caminhos que cada uma das freguesias deve percorrer, até aos edifícios que vão rececionar em primeira instância a população”, afirmou.

O autarca ressalvou, contudo, que em caso de erupção ou de um sismo de maior magnitude, a população não ficará realojada nos “pontos de receção”.

“Esses pontos de acolhimento no concelho da Calheta já estão preparados e dotados dos meios necessários para essa receção, nomeadamente com bens alimentares de primeira necessidade, água, etc. […] Não quer dizer que serão nesses locais que as pessoas serão realojadas. Esses são os pontos de receção no concelho da Calheta”, apontou.

O município das Velas já divulgou os “pontos de referência” (para as pessoas que precisam de transporte), os “pontos de receção” (os destinos finais) e os “caminhos de referência” a utilizar em caso de ordem para evacuação das freguesias de Manadas, Urzelina, Santo Amaro, Velas, Norte Grande e Rosais.

O município acrescentou que o “alerta de evacuação será transmitido através da rádio local, das redes sociais das entidades competentes e também através dos sinos das igrejas”.

Na quarta-feira, o CIVISA elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4 (de um total de cinco), o que significa “possibilidade real de erupção”.

Segundo disse aos jornalistas, na quinta-feira, o presidente do CIVISA, Rui Marques, o nível de alerta vulcânico de V4 é o mais alto possível para a atual situação, porque o nível V5 só pode ser acionado em caso de erupção.

Já esta sexta-feira, o CIVISA revelou que, nas últimas horas, foram sentidos cinco sismos pela população da ilha de São Jorge, acrescentando que a atividade sísmica continua “acima do normal”.