Como seria de esperar no país que inventou a produção em série de veículos, foi sempre um construtor norte-americano a liderar o mercado local durante mais de um século e, nos últimos 91 anos, esse privilégio pertenceu à General Motors (GM). Mas a tradição já não é o que era e, em 2021, o que muitos julgavam impossível aconteceu: a Toyota ultrapassou as vendas das marcas americanas dos grupos GM, Ford e Chrysler.
Quem pensava que o domínio japonês do mercado americano seria um episódio passageiro, surpreendeu-se novamente ao constatar que, no primeiro trimestre de 2022, a Toyota voltou a vender mais do que os fabricantes locais. Parte do sucesso do fabricante continua a dever-se à preferência dos consumidores por mecânicas híbridas, além de SUV e pick-ups.
A procura de modelos híbridos, a especialidade da Toyota, tem muito a ver com o incremento do custo de combustíveis fósseis desde a invasão da Ucrânia, o que levou os condutores norte-americanos a optar por modelos convencionais, para serem mais baratos, mas híbridos para se tornarem menos gulosos no consumo e mais em conta nos custos de utilização.
A Toyota, através do seu responsável nos EUA, não prevê uma alteração significativa do mercado nos próximos meses, em que os SUV e pick-ups deverão continuar a representar 75% das vendas. Simultaneamente, o construtor japonês, mesmo nas unidades que produz nos EUA, parece menos sensível à escassez de chips e de materiais do que os construtores norte-americanos, provavelmente devido a uma rede mais diversificada de fornecedores, alguns dos quais são participados pela própria marca.