A Universidade do Porto registou quatro processos de inquérito relacionados com assédio sexual no último ano letivo, avançou esta terça-feira à Lusa fonte oficial da Reitoria daquela instituição de ensino superior.

Após a Faculdade de Direito de Lisboa ter aberto um canal para receber denúncias de assédio e discriminação, tendo registado em 11 dias 50 queixas, a agência Lusa questionou a U.Porto sobre o número de queixas de assédio sexual que recebeu no último ano letivo e fonte da Reitoria da U.Porto disse que tinham registos de “quatro processos de inquérito relacionados com assédio sexual“.

“No último ano letivo, a U.Porto registou quatro processos de inquérito relacionados com assédio sexual. Um deles foi arquivado e no outro houve desistência de queixa por parte do ofendido ainda durante o inquérito. Os outros dois processos encontram-se ainda a decorrer, pelo que os resultados dos mesmos não são ainda conhecidos”, lê-se na resposta por escrito enviado à Lusa.

A 26 de outubro de 2020, o grupo de estudantes universitários Quarentena Académica denunciou que estavam a ocorrer atos de xenofobia e racismo por parte de alunos e professores nas Faculdades de Engenharia e Letras da U.Porto, noticiou na altura a agência Lusa.

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Questionado pela agência Lusa sobre a denúncia, fonte oficial da U.Porto avançava que a instituição ponderava avançar com a “abertura de processos disciplinares”, mas avisava os estudantes, todavia, que só o poderia fazer com uma queixa formal das vítimas.

Em entrevista telefónica à Lusa na altura, Ana Isabel Silva, dirigente da Quarentena Académica referiu que o movimento havia recebido denúncias de estudantes estrangeiros, principalmente de nacionalidade brasileira, de que estavam a ser cometidos “atos de xenofobia e de racismo” por outros estudantes e também por professores, designadamente da “Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP)”.

A Quarentena Académica é um grupo de estudantes universitários portugueses, constituído desde março de 2020, surgindo com o confinamento decretado devido à pandemia de Covid-19.

Inicialmente, segundo Ana Isabel Silva, os próprios estudantes brasileiros da U.Porto atingidos pelos atos de xenofobia e racismo realizaram a denúncia junto da Reitoria da U.Porto.