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E uma versão da Piupiuchick para adultas? Mariana, Inês e Marta lançaram a Sisters Department

Este artigo tem mais de 2 anos

"Girls just want to have fun" bem podia ser a banda sonora desta história. Depois do sucesso da roupa para criança, as três amiga da Piupiuchick aventuram-se agora numa marca de roupa feminina.

A coleção de verão da Sisters Department foi lançada em janeiro de 2022. Para julho já está planeado o lançamento da coleção de inverno
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A coleção de verão da Sisters Department foi lançada em janeiro de 2022. Para julho já está planeado o lançamento da coleção de inverno

A coleção de verão da Sisters Department foi lançada em janeiro de 2022. Para julho já está planeado o lançamento da coleção de inverno

Seria o confinamento uma boa altura para lançar uma marca de roupa? Mariana, Inês e Marta acharam que sim. Estavam fechadas em casa com os filhos e aproveitaram o momento de incerteza para dar asas a um projeto que as desassossegava há já algum tempo: a Sisters Department, uma marca de roupa feminina. Na bagagem levam já uma década a fazer roupa de criança, com a marca Piupiuchick, mas já lá iremos.

Agora, tal como em 2012, vivem-se tempos desafiantes, mas isso não as assustou. Pelo contrário. “Quando a vida corre bem, introduzir um elemento que vá mexer não é tão sexy. Quando há um problema já é mais fácil. Andamos a pensar na Sisters há tanto tempo. Isto está tudo um caos, porque não?” Mariana e Inês Pimentel são irmãs, Marta Machado Moreira é amiga e juntas são o rosto de ambas as marcas. Mariana é responsável pela comunicação, marketing e retailer, ou seja, pela relação com as lojas. Inês trata do design e acompanha a produção das peças. A Marta cabem os assuntos relacionados com a gestão. Dizem que em tempos de crise, sentem uma força extra. “Entramos em espírito de missão nas alturas difíceis.”

A ideia começou a ganhar forma nos ateliers. “Fui eu que comecei a aliciá-las”, conta Inês,  “porque, enquanto criadora, a Piupiuchick dá-nos imenso gozo, mas tem uma génese tão forte que não nos é difícil seguir coleção após coleção. Um criador está sempre à procura de coisas novas”. Além disso, muitas clientes lhes pediam uma versão da roupa Piupiuchick para mais velhos, contudo as fundadoras nunca colocaram a hipótese de aumentar a marca de criança para adulto. Então a solução só podia ser criar uma nova marca.

O nome Sisters Department já estava há muito decidido e não reflete o espírito de irmandade das fundadoras, mas é sim uma homenagem à amizade entre amigas. Contam que, com a idade e com os filhos a crescer, estão a voltar a ter tempo para estarem juntas. Porque, afinal, sublinha Mariana: “estivemos dois anos fechadas e privadas desses momentos de amizade”. Definem a cliente Sister Department como “uma de nós”, mas acrescentam que está em contraciclo com o slow living, que esteve muito presente nestes últimos dois anos e que é para “mulheres que gostem de se divertir, estar com as amigas, sair à noite, viajar, mulher de família também, claro.”

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Cada coleção é criada sobre um tema que esteja relacionado com experiências que se tem com amigas e contará uma história. Primeiro pensaram em criar uma gama de peças completa, mas afinal optaram por começar com uma marca pequena, apenas com t-shirts, sweatshirts e alguns acessórios. A ideia é ir crescendo e aumentando a gama. Serão lançadas duas coleções por ano. A primeira, chama-se Partners in Crime e retrata um fim de semana fora entre amigas, está disponível desde o final de janeiro e a segunda, a coleção de inverno, chegará em julho.

Peças da "Partners in Crime", a primeira coleção da Sisters Department.

StyleShoots

A aventura das três amigas no universo têxtil começou há mais de uma década, com a marca para crianças. Piupiuchick, que começou a ser pensada em 2011. “Tudo vem da maternidade”, começa Mariana a contar, porque as três começaram a ser mães e foi quando andou em busca de umas jardineiras para o seu bebé e não encontrou que a ideia surgiu em conversa: “porque é que não fazemos nós umas jardineiras?”. O tema passou a tópico recorrente e o projeto foi avançando. Contudo, para passar das ideias à prática a questão impunha-se: “Se queremos fazer umas jardineiras começamos por onde? A Inês tem um cunhado que é agente têxtil e tinha muita experiência na área e foi-nos dando a conhecer todo o processo, por onde se começa, quem é quem.” Andaram um ano “a magicar”.

Tudo começou no Facebook, onde anunciaram que teriam uma nova marca, sem explicar, no entanto, do que se tratava para manter o fator surpresa. Criaram um buzz na rede social e conseguiram uma legião de seguidores sem terem ainda conteúdo. Mas acreditaram nos prazos que lhes foram dados pela produção e a contagem decrescente de duas semanas tornou-se numa esticada espera de cerca de dois meses. Não foi uma estratégia, mas sim um contratempo que, afinal, se revelou um verdadeiro aguçar de apetite para a coleção. E quando a lançaram, mesmo sem experiência nenhuma, venderam tudo rapidamente.

Nenhuma das empreendedoras tinha experiência na área têxtil. Mariana é engenheira do ambiente e trabalhava numa empresa de consultoria em Lisboa. Marta é designer de interiores e Inês é arquiteta e ambas trabalhavam juntas numa empresa que ainda têm, a Moopi, que se dedica a arquitetura e decoração de interiores, no Porto. “Quando nos metemos nisto foi sempre com o propósito de criar uma marca a sério. Nunca foi para nos entretermos. Nós as três trabalhávamos e estávamos satisfeitas. Foi exatamente o contrário”. Acumularam a Piupiuchick com os trabalhos que já tinham e trabalhavam na marca à noite e no fim de semana. “Pensámos que nos íamos meter numa trabalheira, porque nos próximos anos não íamos receber ordenado desta marca, porque as marcas precisam de tempo para crescer”, explica Mariana.

Imagem de campanha da coleção “Partners in Crime”. © D.R.

E quanto ao nome da marca, não é fruto de uma história curiosa, esse sim é o resultado de uma estratégia. “Quando começámos a Piupiuchick o nosso capital social era de 300 euros, investimos 100 euros cada uma. Sabíamos que o online e o marketing digital estavam a ser tendência e uma empresa tão pequena não teria orçamento para marketing online.” Pensaram que, se a marca fosse uma palavra de alguma língua do mundo, iam competir com infinitos resultados nas pesquisas em motores de busca, por isso focaram-se em encontrar “uma palavra que soasse bem e não quisesse dizer nada em lado nenhum”. Foi difícil, não consensual, e não se sentiram convencidas durante algum tempo, mas “Piupiuchick” tinha a vantagem de ter os domínios online todos disponíveis. Hoje já gostam do nome e até acham que faz parte do sucesso da marca. E mesmo que muitas pessoas não acertem na ortografia, acabam sempre por encontrar a marca.

Com a Piupiuchick começaram por vender online e no Facebook, depois nasceu um pequeno showroom, seguiu-se a abertura de uma loja. Começaram também a marcar presença em feiras internacionais, que descrevem como experiências impactantes, porque estão presentes marcas de todo o mundo e cada uma aposta na criatividade para apresentar as suas coleções. “Num contexto destes, vende-se mais do que roupa, vende-se uma história e a própria marca.” Contam que uma vez apanharam boleia de uma amiga, buyer de roupa de mulher, e foram a Paris a uma feira internacional de roupa de adulto para ver como se experiencia um destes eventos naquele papel, ou seja, no lado oposto de que quem está a vender os produtos. Ao início, as dimensões do pavilhão e a quantidade de marcas causaram impacto, mas ao final do dia acharam que, caso avançassem com uma marca feminina, teriam algo a acrescentar e uma hipótese de vingar naquele contexto. A conclusão foi: “As marcas de mulher não contam histórias. São muito mais fiéis às tendências do momento do que à genética da marca”. E uma das apostas de ambas as suas marcas é precisamente contar histórias. Com a Piupiuchick a estratégia resultou e, atualmente, trabalham com cerca de 300 lojas pelo mundo todo.

“Partners in Crime” é a primeira coleção da Sisters Department. © D.R.

Tanto uma como outra são 100% portuguesas, com a produção assegurada em solo nacional. “Não há nem um bocadinho de tecido que venha feito de lado nenhum.” e a sustentabilidade tem sido uma preocupação desde o início da aventura no universo têxtil. “Para nós a questão da sustentabilidade é muito mais do que uma questão tendência. Eu sou engenheira do ambiente de formação”, conta Mariana. “Estamos sempre a pensar como dar o passo à frente, porque ser orgânico já há muito tempo que deixou de ser sustentável, porque até o algodão orgânico tem uma produção pouco sustentável”. Acreditam assim que apostar na reciclagem de matéria têxtil existente será o caminho.

Tudo está concentrado no norte do país, das várias fábricas às quais subcontratam a produção ao novo escritório e armazém onde fazem o desenho, testes, logística e distribuição, na zona de Campanhã. A equipa, totalmente feminina, inclui sete pessoas no armazém, e uma na loja. Além do próprio site, as peças podem ser encontradas em 60 lojas multimarca pelo mundo inteiro, espaços onde a marca de criança abriu caminho e já estava à venda. Os principais mercados são Espanha, Bélgica, Holanda, França, Japão e estão ainda na Austrália, Kuwait ou Coreia do Sul.

100% português é uma rubrica dedicada a marcas nacionais que achamos que tem de conhecer.

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