O preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi de 1.355 euros/m2 no quarto trimestre de 2021, uma subida homóloga de 14,1%. No trimestre anterior tinha sido 12,2%, pelo que os dados mostram que a subida dos preços acelerou no final do ano passado.

A informação foi divulgada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indica que o preço mediano da habitação aumentou, em termos homólogos, em 23 das 25 sub-regiões em que o INE divide o País (NUTS III).

Entre as 25 NUTS III, apenas o Baixo Alentejo (-2,5%) e a Beira Baixa (-0,7%) registaram uma diminuição homóloga dos preços da habitação no 4º trimestre de 2021. O Alto Alentejo apresentou o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (487 euros/m2)”, diz o INE.

Imobiliário. Bruxelas vê sobrevalorização, mas há uma “bolha” nos preços das casas?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para tentar avaliar qual o impacto das compras por portugueses e por estrangeiros, o INE nota que “as duas sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados – Algarve (2.144 euros/m2) e Área Metropolitana de Lisboa (1.904 euros/m2) – foram também aquelas que apresentaram valores mais elevados em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador: Território Nacional (respetivamente, 1.969 euros/m2 e 1.858 euros/m2 ) e Estrangeiro (2.547 euros/m2 e 4.283 euros/m2).

Ou seja, na Área Metropolitana de Lisboa, os preços pagos por estrangeiros são, em média, mais do que o dobro dos preços pagos pelos portugueses.

“Impossível construir casas para classe média” com impostos altos, licenciamentos morosos e custos que sobem em flecha, diz CEO da Vanguard

Sobre a Área Metropolitana de Lisboa, o INE acrescenta que no 4º trimestre de 2021 a variação homóloga dos preços aumentou em 7 dos 11 municípios com mais de 100 mil habitantes da região – e a aceleração foi superior à verificada a nível nacional (+1,9 pontos percentuais) em Setúbal (+9,8 pontos percentuais), Loures (+3,0 pontos percentuais), Almada (+2,2 pontos percentuais) e Oeiras (+2,1 pontos percentuais).

Já na Área Metropolitana do Porto, “os municípios de Maia (+10,5 pontos percentuais) e Vila Nova de Gaia (+8,1 pontos percentuais)  apresentaram também um aumento das taxas de variação homólogas superiores ao país.

Concretamente nos municípios de Lisboa (+0,4 pontos percentuais) e Porto (+0,9 pontos percentuais) a “aceleração foi menos expressiva”, diz o INE.