O Observador viajou a convite da Philip Morris International

Portimão, chuva e a vontade de responder a duas corridas seguidas fora do top 10. Os dados estavam lançados para que Miguel Oliveira tivesse um fim de semana positivo no Grande Prémio de Portugal e o piloto português não desiludiu nas primeiras horas em que foi posto à prova, garantindo os melhores tempos das sessões de treinos livres. Contudo, já na Q2, acabou por não ir além do 11.º lugar, posição de que vai sair este domingo no Algarve.

Numa sexta-feira muito marcada pela chuva intensa que caiu durante praticamente todo o dia no Algarve, Miguel Oliveira acabou as duas primeiras sessões de treinos no sexto lugar — calculado entre a liderança na primeira e a 10.ª posição na segunda. “Fui competitivo e tivemos duas sessões em que senti existir espaço para melhorar. Piso molhado é piso molhado, não interessa se é na Indonésia ou aqui. Foi um dia estranho, no geral. Com estas condições, senti-me bem na parte da manhã mas, claro, há um conjunto de coisas que temos de melhorar, que tenho em mente. Antes do início da segunda sessão de treinos as condições não estavam assim tão más mas, no final, foi completamente impossível ser rápido. Concentrei-me em ter ritmo e recolher informação para sábado”, explicou o piloto da KTM, que ficou a 0,557 segundos de Marc Márquez, o mais rápido do primeiro dia do Grande Prémio.

A chuva não estragou a Honda mas Miguel Oliveira acaba primeiro dia de treinos livres no Algarve com sexto tempo combinado

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Já este sábado, com menos chuva mas com muito vento e uma pista claramente encharcada, Miguel Oliveira voltou a superiorizar-se. Foi o melhor piloto da terceira sessão de treinos livres, ainda durante a manhã e à frente de Joan Mir e Fabio Quartararo, e garantiu desde logo o apuramento direto para a Q2 — ou seja, a presença nos primeiros 12 lugares da grelha de partida. Na mesma sessão, Marc Márquez sofreu uma queda arrepiante, sendo projetado da Honda e conquistando mais um motivo para se queixar da gravilha: no dia anterior, tinha dito que a gravilha do Autódromo Internacional do Algarve “não é aceitável”, por ser maior do que o normal e propiciar lesões ou a destruição das motas.

Depois de ser novamente o mais rápido na quarta e última sessão de treinos livres, Miguel Oliveira entrou para a Q2 com o entusiasmo natural de estar a correr em casa mas sem grande apoio nas bancadas. Num fim de semana de muita chuva e muito vento, o Autódromo algarvio tem estado muito despido nestes dois primeiros dias, contando-se praticamente pelos dedos das mãos as bandeiras portuguesas que surgiam ao longo do circuito. Algo que o próprio piloto português, ainda esta sexta-feira, disse entender na perfeição: “Até eu, como fã, teria escolhido o conforto de casa em vez do vento da bancada”, atirou.

Com Álex Márquez e Luca Marini a serem os dois apurados da Q1 para a Q2 — numa ronda em que Enea Bastianini, líder do Mundial, não só falhou a qualificação como sofreu uma queda aparatosa –, Miguel Oliveira entrou para as últimas voltas de sábado com o objetivo claro de lutar pela pole-position numa pista que estava cada vez mais seca e debaixo de um céu que não deixava adivinhar chuva. Algo que se tornou uma expectável má notícia para o piloto português: a KTM não foi além do 11.º melhor tempo e ficou longe da pole-position de Johann Zarco, que ficou à frente de Joan Mir e Aleix Espargaró.

Apesar das boas indicações deixadas nas quatro sessões de treinos livres, Miguel Oliveira sofreu com a subida de rendimento dos restantes pilotos à medida que a pista algarvia foi secando e não conseguiu ficar no top 10 da grelha de partida. Este domingo, porém, o piloto português poderá esperar novamente que a chuva, a pista molhada e um bom arranque lhe garantam um bom resultado no Grande Prémio de Portugal.