Depois de um 2021 de sonho, Max Verstappen começou a habituar-se às festas. Habituou-se mas sabendo que qualquer qualificação ou corrida tem a volatilidade de um primeiro lugar ou de uma desistência, como aconteceu em duas das primeiras três provas da época. Agora, e de forma aparente, conseguiu estabilizar o seu Red Bull. E mais do que fazer a festa na corrida sprint do Grande Prémio da Emília-Romanha, estragou a festa da onda vermelha de apoio à Ferrari com uma ultrapassagem na penúltima volta.

Charles Leclerc teve um arranque a todo o gás e passou para a frente da corrida com Max Verstappen a não ter outra hipótese que não fosse aguentar a segunda posição, Lando Norris ficou no terceiro posto e Kevin Magnussen tentava a todo custo defender-se dos ataques de Sergio Pérez num início emocionante mas que demorou menos de uma volta com a saída de pista de Guanyu Zhou e a entrada do safety car para criar quase uma segunda saída já com Carlos Sainz no oitavo lugar atrás de Fernando Alonso. Lá atrás, bem atrás, George Russell ocupava a 12.ª posição e Lewis Hamilton não ia além do impensável 15.º posto.

Os milhares e milhares de adeptos da Ferrari que em algumas bancadas abriam mesmo potes de fumo como se estivessem num qualquer estádio de futebol (à semelhança do que acontecia muito no ano passado com a claque de Max Verstappen) iam fazendo a festa perante a boa corrida do monegasco e as únicas alterações eram no top 10, com Pérez a saltar para quarto e Sainz a ficar em sétimo. Magnussen tentava mas o Haas começava a ceder à lei do mais forte, sendo ultrapassado por Daniel Ricciardo e Sainz, que de forma quase discreta tinha saltado para o sexto lugar da corrida. Dois Ferraris a confirmar o bom início de época, dois Red Bull a confirmar a capacidade de luta, dois McLaren a confirmar a redenção.

Leclerc tinha sempre um segundo e umas décimas de avanço em relação a Verstappen, já com um fosso de seis segundos para Pérez que tinha ocupado entretanto a terceira posição com Sainz em quinto e a olhar para a possibilidade de atacar também Lando Norris. E a cinco voltas do final deu-se o início do golpe de teatro inesperado perante o que se tinha passado: a Red Bull identificou um problema num pneu do carro de Leclerc, o neerlandês atacou para encurtar distâncias para menos de meio segundo, criou todas as condições para poder aplicar o DRS e saltou mesmo para a liderança com uma grande manobra, não mais perdendo essa posição, garantindo a pole position da corrida e ganhando um ponto ao adversário num dia em que o Sainz chegou a quarto mas onde o ritmo de Pérez pode levar a Ferrari a fazer mudanças.

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