Dez presumíveis membros de uma rede de tráfico de cocaína, incluindo um português, foram detidos na Costa do Marfim ao abrigo de uma investigação liderada pela Polícia Nacional espanhola, foi noticiado esta sexta-feira.

Segundo a agência Efe, a operação, que contou com a colaboração das autoridades do Gana e da Costa do Marfim, resultou na detenção do cabecilha espanhol, de outros cinco espanhóis, dois colombianos, um português e um marfinense.

Resultou ainda na apreensão de quase duas toneladas de cocaína nas instalações da sede da empresa do líder espanhol na cidade portuária de San Pedro, na Costa do Marfim, junto à fronteira com a Libéria.

O alegado cabecilha da rede estava a ser investigado desde há anos pela polícia espanhola como presumível responsável de um grande número de operações de tráfico de estupefacientes.

O suspeito tem antecedentes por tráfico de droga, explosivos e armas, assim como por falsificação de documentos de identidade.

A rede traficava cocaína por via marítima e aérea desde a América do Sul até África e depois para a Europa, segundo a Polícia Nacional, que calcula que através desta rota passassem anualmente entre 50 e 60 toneladas de cocaína.

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A Unidade de Droga e Crime Organizado (UDYCO) da polícia espanhola conseguiu identificar a rede espanhola, que tinha em África a sua base operacional.

Em colaboração com as autoridades da Costa do Marfim os agentes confirmaram que havia dois espanhóis a bordo de uma embarcação em risco de naufragar a 300 milhas náuticas da costa ganesa que foram resgatados pelo Salvamento Marítimo.

Os homens recusaram inicialmente entrar na embarcação que acudiu em seu socorro, o que levantou suspeitas nos agentes.

Enquanto estiveram à deriva, os marinheiros mantiveram comunicações com o cabecilha da rede, que residia na Costa do Marfim, que entrou em contacto com a embaixada de Espanha em Abidjan.

Durante a investigação, ficou provado que ambos eram colaboradores do cabecilha espanhol.

As autoridades da Costa do Marfim receberam por seu lado uma denúncia sobre uma altercação num hotel entre um cidadão colombiano e umas prostitutas que tinha contratado.

Ao acorrer ao local, os agentes descobriram 168 quilos de cocaína, pelo que o homem, que se concluiu ser o “cozinheiro da droga”, foi detido.

Devido a esta detenção, o principal suspeito iniciou uma fuga acompanhado da mãe, da mulher e do filho, assim como por um marinheiro da organização.

Os agentes revistaram a sua empresa, onde localizaram quase duas toneladas de cocaína e conseguiram detê-lo juntamente com o resto do grupo quando tentavam atravessar a fronteira para sair do país.