Os portugueses Nuno Borges e Francisco Cabral reconheceram este sábado estar a viver “uma estreia muito especial no ATP” com uma “final em casa”, no Clube de Ténis do Estoril, onde vão disputar o título de pares do Estoril Open.

“É um sentimento inacreditável. Muito especial a nossa estreia ATP, a nossa primeira final vai ser em casa. Esperemos que corra bem”, afirmou Francisco Cabral, após a vitória nas meias-finais diante o britânico Jamie Murray e o neozelandês Michael Venus, primeiros cabeças de série e campeões do Grand Slam, em dois ‘sets’, com os parciais de 6-2 e 6-4.

Apesar do resultado expressivo registado no ‘court’ central, ao início de uma tarde quente, de bancadas bem compostas, Nuno Borges defendeu que o “resultado pode enganar muito e nos pares é mesmo assim: dois ou três ‘pontos de ouro’ fazem parecer o resultado assim mais desequilibrado.”

“Mas o jogo foi complicado do início ao fim e fechar o encontro, com os nervos, é sempre mais complicado. E, claro, eles têm muita experiência, nós já sabíamos disso. Sabíamos que tínhamos de estar a jogar o nosso melhor e, felizmente, conseguimos fazer um grande jogo e sair daqui com uma vitória muito boa, num local muito especial, num torneio gigante”, acrescentou o maiato, que figura no 127.º lugar no ‘ranking’ ATP de pares.

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Partilhando da opinião do parceiro sobre o calibre dos adversários, que “eram de outra liga”, Francisco Cabral destacou, contudo, o bom nível de jogo exibido hoje na terra batida do Estoril, onde se tornaram nos primeiros portugueses a assegurar a passagem à final de pares do ATP 250 português.

“Fizemos um grande jogo. Considero que foi um dos três melhores jogos que já fizemos. Servimos bem, respondemos bem, jogámos bem à rede. Isso complicou-lhes um bocadinho a vida, apesar de o encontro ter sido longe de ter sido fácil”, frisou o 106.º colocado na hierarquia mundial.

Nos últimos 12 meses, os dois amigos de longa data conquistaram oito títulos ‘challengers’ e, graças a um ‘wild card’, estrearam-se esta semana num torneio ATP com uma qualificação para o encontro do título, que será discutido com o argentino Máximo González (32.º) e o sueco André Göransson (71.º).

“Não estava de todo à espera [desta evolução], acho que é uma grande conquista da minha parte e da dele também, porque muitas das minhas conquistas são com ele. Só tenho de estar feliz e continuar, porque neste momento, da maneira como eu me sinto a jogar, não quero por nenhum limite. Todos os jogos que vou jogar, sinto que posso ganhar. É com essa mentalidade que vou enfrentar tanto a final de amanhã [domingo], como os próximos torneios”, confessou Cabral, que na próxima semana já tem garantida a entrada no ‘top 100’ mundial de pares.

A final terá lugar no ‘court’ central e, segundo a organização, está prevista contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, adepto da modalidade que, em 2018, fez questão de felicitar o campeão português do torneio, João Sousa, no balneário, algo que não intimida os dois jovens finalistas de pares.

“Se ele quiser vir, é sempre bem-vindo. E seria com o maior prazer que jogaríamos à frente do Presidente da República”, confessou Borges, antes de Cabral acrescentar: “O facto de ele vir, significa que já estamos numa final e, em princípio, se ele vier ao balneário, significaria que nós ganhámos. Até podem vir mais pessoas, se quiserem”, brincou.