Os trabalhadores da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) estão esta sexta-feira em greve por aumentos salariais de 90 euros, depois de a empresa ter proposto uma subida de 20 euros.
Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) refere que “face à falta de resposta por parte da empresa e da Câmara Municipal de Lisboa (único acionista)”, os trabalhadores da EMEL decidiram fazer greve, com piquetes, à porta das instalações dos serviços localizados na Rua Sanches Coelho e no acesso ao parque subterrâneo do Marquês de Pombal, seguindo-se uma concentração.
Em declarações à agência Lusa, aquando da convocação da greve, Orlando Gonçalves, do CESP, referiu que a proposta inicial da administração da EMEL foi de um aumento salarial de 15 euros, subindo depois para 20 euros, ainda assim um valor considerado “insuficiente” pelos trabalhadores, que defendem um acréscimo de 90 euros.
A reivindicação dos cerca de 700 trabalhadores da EMEL surge num contexto de inflação e em que, segundo Orlando Gonçalves, a empresa municipal assume que já “recuperou financeiramente os níveis pré-pandemia e apresenta planos de investimentos de largos milhões”.
Por outro lado, segundo o sindicato, estão previstas receitas, este ano, superiores a 40 milhões de euros.
Além de aumentos salariais, os trabalhadores da EMEL reivindicam também a atribuição de diuturnidades no valor de 40 euros, a atribuição de um subsídio de penosidade no valor de 80 euros, o aumento do subsídio de refeição para 8,5 euros/dia, bem como dos subsídios de transporte de valores e de turno.
Os trabalhadores reivindicam também 25 dias úteis de férias e dispensa no dia de aniversário.
A EMEL e o Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo (SITESE) chegaram a acordo para um aumento salarial de 25 euros para todos os trabalhadores.
O anúncio foi feito na quinta-feira pela empresa municipal em comunicado, na véspera da greve convocada pelo CESP.
“A EMEL e o SITESE acordaram, no passado dia 3 de maio, a revisão do Acordo de Empresa, com a EMEL a fazer um esforço para ir ao encontro das pretensões dos trabalhadores”, lia-se na nota da empresa.
Entre o acordado entre a EMEL e o SITESE está a “atualização de todos os níveis salariais constantes da tabela salarial em 25 euros, que representa um aumento médio de 2,48%”.
“Foi também acordada ainda a subida do subsídio de turno em 5% para os trabalhadores que regularmente pratiquem o turno da madrugada”, era acrescentado.
Citado no comunicado, o presidente da EMEL, Luís Natal Marques, referiu que, “consciente das dificuldades” que todos atravessam “neste momento económico difícil, a EMEL fez um esforço no sentido de ir ao encontro das pretensões do sindicato”.
“Congratulamo-nos com o resultado das negociações e com a aproximação de posições”, salientou.
A adesão dos trabalhadores da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) à greve desta sexta-feira rondou, na parte da manhã, mais de 90%, de acordo com fonte sindical.
Está a correr bastante bem. Os dados que temos, que são da parte operacional da empresa, os únicos que conseguimos aferir até ao momento, [indicam que] estamos acima os 90% de adesão, uma resposta muito significativa dos trabalhadores àquilo que temos em cima da mesa”, disse à Lusa Ana Pires, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) e trabalhadora da empresa.
Os trabalhadores da EMEL estão hoje em greve, por 24 horas, devido à falta de resposta por parte da empresa quanto aos aumentos salariais.
Da parte da tarde a sindicalista prevê que os níveis de adesão à greve se mantenham com os da manhã, aquando da entrada dos segundos turnos dos trabalhadores operacionais.
Notícia atualizada às 11h34