887kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Com o novo Presidente já aos comandos, os cidadãos na Coreia do Sul podem perder um ano de idade

Este artigo tem mais de 2 anos

Todos os sul coreanos ficam mais velhos no dia de Ano Novo. Ou seja, um recém-nascido em dezembro, após poucas semanas, completa dois anos de idade. O novo Presidente quer já rever este sistema.

South Korea Inaugurates New President
i

O Presidente Yoon Suk-yeol tomou posse esta terça-feira e discursou perante cerca de 40 mil pessoas. Agora, quer arregaçar as mangas e rever o sistema de contagem de idade em vigor

Getty Images

O Presidente Yoon Suk-yeol tomou posse esta terça-feira e discursou perante cerca de 40 mil pessoas. Agora, quer arregaçar as mangas e rever o sistema de contagem de idade em vigor

Getty Images

O novo presidente da Coreia do Sul tomou posse esta terça-feira e tem já uma agenda bem definida. Fora o “plano ousado que fortalecerá muito a economia da Coreia do Norte e melhorará a qualidade de vida do seu povo” em troca da desnuclearização, Yoon Suk-yeol pretende analisar a alteração do sistema de contagem de idade em vigor no país.

Novo Presidente sul-coreano oferece “plano ousado” em troca da desnuclearização

As emendas à lei irão abolir o conceito tradicional de “idade coreana”, que estabelece que um bebé tem logo um ano de idade à nascença e que o “aniversário” não coincide com a data de nascimento — no dia de Ano Novo, toda a população fica mais velha. Isto significa que um bebé que nasce, por exemplo, a 17 de dezembro completa dois anos passadas poucas semanas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A BBC ilustra a diferença entre a realidade da Coreia do Sul e o resto do mundo com o caso do cantor Kim Tae-hyung, também conhecido como V, da banda de k-pop BTS, que nasceu a 30 de dezembro de 1995. Segundo o método sul-coreano, a estrela tem 28 anos, mas se vivesse em Portugal ainda teria 26 anos.

The 34th Golden Disc Awards - Photocall

O cantor dos BTS, Kim Tae-hyung

ImaZins via Getty Images

Em dezembro, um estudo da Hankook Research concluiu que 82% dos cidadãos usam o sistema tradicional para dizer a idade quando são questionados, mas 71% consideram que já é tempo de parar de usar a “idade coreana” e mudar para o sistema de idade internacional.

E o novo Presidente concorda com estes 71%. Lee Yong-ho, chefe da comissão de transição do Presidente, reconheceu “os custos sociais e económicos associados à confusão e à inconveniência” resultante dos diferentes métodos de cálculo da idade, cita-o o The Telegraph. Abordou um caso que chegou ao Supremo Tribunal da Coreia do Sul por causa de confusões em torno da definição da idade para subida de salários e reformas.

Já à BBC, Kim Eun-ju, professor de Direito e Política da Universidade Hansung, revelou que a globalização deixou os jovens “mais cientes” da idade internacional e, por isso, sentem-se “ridicularizados”. 

O método em vigor na Coreia do Sul foi adotado por vários países asiáticos no passado, inclusive a China e o Japão, porém caiu em desuso com o passar das décadas. Acredita-se que está assente na ideia de que o tempo dentro do útero da mãe conta como o primeiro ano de vida do recém-nascido.

A televisão britânica salienta igualmente que há relatos de pais que tentaram contornar o sistema e atrasar o registo dos bebés nascidos em dezembro, por receio que isso representasse uma desvantagem no percurso escolar e, como consequência, no resto da vida.

E esta fórmula, durante a pandemia, gerou também confusão devido às autoridades terem alternado entre a idade internacional e a idade coreana para definir a elegibilidade para a vacinação: algumas pessoas não receberam a dose de reforço porque não tinham a idade internacional necessária, mas foram obrigadas a mostrar o comprovativo de inoculação de acordo com a “idade coreana”.

Nem todos encaram esta (possível) mudança com bons olhos, sendo que muitos cidadãos podem continuar a usar a sua “idade coreana”. Jang Yoo-seung, investigador sénior do Centro de Pesquisa de Estudos Orientais da Universidade de Dankook, vinca que a “idade coreana” é um reflexo da cultura do país.

A nossa sociedade não parece muito preocupada em renunciar à tradição. Corremos o risco de abandonar a nossa própria singularidade e cultura e tornarmo-nos mais monótonos?”, questionou.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.