Não começou propriamente da melhor forma, havia agora o objetivo de terminar da melhor maneira. A poucos dias do início do Europeu Sub-17, o selecionador nacional, José Lima, contraiu Covid-19 e acabou por falhar a antecâmara do arranque da competição em Israel mas nem isso tirava a ambição de Portugal poder prolongar os bons registos na prova onde era à partida para a edição de 2022 a segunda formação com mais vitórias (seis, apenas atrás da Espanha com nove) e a terceira com mais presenças entre os quatro primeiros (11, contra 20 da Espanha e 17 da Alemanha). Neste caso, com Rui Bento no comando.

“Os jogadores também já têm alguma experiência. Pode servir como motivação extra. Eles sabem o que é ter objetivos e os treinadores também. Agora, se calhar, vamos unir-nos mais ainda. Quer os jogadores, quer os treinadores, quer o staff, também para dizer ao treinador que estamos com ele e que o queremos cá”, tinha referido o técnico adjunto após essa contrariedade conhecida no final da última semana.

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“Respeitamos todos os adversários, porque sabemos da qualidade que cada um tem. Esperamos que os nossos jogadores sejam felizes e esperamos ter uma participação positiva. Pensamos jogo a jogo, olhando com muito respeito para todas as equipas. Depois veremos o que a nossa qualidade de jogo nos proporciona. Tivemos a infelicidade de o nosso treinador ainda não estar, esperemos que corra tudo bem e já possa vir para o segundo jogo. No entanto, o mister José Lima tem estado sempre presente, hoje em dia felizmente já é possível graças às novas tecnologias”, destacou na véspera da estreia Rui Bento.

E os primeiros jogos dos grupos A e B mostraram não só a força dos candidatos mas também a qualidade das restantes equipas. A França foi demolidora contra a Polónia (6-1), os Países Baixos mostraram que têm uma boa equipa apesar da réplica da Bulgária (3-1), a Alemanha venceu a Itália no jogo grande do arranque (3-2), Israel surpreendeu diante do Luxemburgo. Agora, Portugal mostrou potencial para chegar à fase a eliminar com aspirações, goleando a Escócia por 5-1 e dando um passo importante para o apuramento que poderá ficar praticamente selado esta sexta-feira, com a Suécia (que venceu a Dinamarca por 2-1).

A Seleção começou o encontro com mais bola, a jogar de forma paciente e a evitar qualquer sinal possível de ansiedade perante um favoritismo teórico que não demorou a tornar-se patente. A isso, conseguiu juntar eficácia numa fase inicial: na primeira subida a ganhar metros depois de uma variação rápida de Leonardo Barroso, o lateral cruzou tenso, o avançado Dinis Rodrigues tentou o remate acrobático que bateu num defesa e Ivan Lima, aproveitando de forma mais rápida a segunda bola, fez um chapéu na área a Pazikas para o 1-0 (8′). Portugal estava na frente e podia não ter ficado por aí, com o guardião escocês a evitar o segundo de Ivan Lima (14′) e Dinis Rodrigues a desviar ao lado após trabalho de Afonso Moreira (15′).

O conjunto nacional dominava por completo com movimentações simples mas eficazes em saídas rápidas ou ataque organizado, aproveitando também o conhecimento de alguns jogadores por atuarem no mesmo clube para ter um melhor fio de jogo. Com isso, o segundo golo surgiu quase de forma natural, com Ivan Lima a trabalhar bem na esquerda 1×1 antes de cruzar para o desvio de pé esquerdo de primeira de Dinis Rodrigues (26′). E as contas até ao intervalo não ficariam por aí, com Kingdon a cometer um penálti sem necessidade por corte com a mão após cruzamento de Afonso Moreira (após uma grande jogada do lateral Leonardo Barroso na esquerda) e João Veloso a aproveitar para aumentar para 3-0 (37′).

No segundo tempo, Portugal perdeu intensidade no seu jogo ofensivo, ainda teve um remate perigoso de João Veloso que saiu ao lado mas deixou que a Escócia acreditasse que era possível outro resultado, com o lateral MacKenzie a ver nessa monotonia a oportunidade para reduzir para 3-1 num trabalho individual da esquerda para o meio com remate de pé direito (62′). Miller, num livre defendido para canto por Diogo Fernandes, ainda ameaçou o 3-2 mas no seguimento do canto os dois suplentes lançados fizeram 4-1: Vivaldo Semedo cortou ao primeiro poste, Manuel Mendonça lançou bem na profundidade e Afonso Moreira marcou isolado (69′), abrindo caminho a uma goleada que foi finalizada ainda por Rodrigo Ribeiro, avançado que marcou após passe de João Conceição na primeira vez que tocou na bola (73′).