O candidato à liderança do PSD Jorge Moreira da Silva rejeitou esta quinta-feira estar em desvantagem na Madeira em relação ao adversário, que tem o apoio de Miguel Albuquerque, defendendo que tem já “30 anos demonstrados de afinidade com a região”.
Jorge Moreira da Silva respondia aos jornalistas no decorrer de uma visita ao Mercado dos Lavradores, no Funchal, no âmbito da campanha para as eleições internas do PSD de 28 de maio, quando questionado se sentia estar em desvantagem em relação ao seu adversário, Luís Montenegro, que tem como mandatário nacional o presidente dos sociais-democratas madeirenses e chefe do executivo insular, Miguel Albuquerque.
Não, não me sinto em desvantagem porque verdadeiramente olho para os últimos 30 anos e os militantes, aqui, conhecem-me, sabem que eu não estou nesta campanha eleitoral a tentar reclamar uma vantagem ou afirmar uma afinidade com a região momentânea ou recente. São 30 anos”, afirmou o social-democrata.
Jorge Moreira da Silva defendeu que “a desvantagem se mede por coisas mais práticas”, como “pelo património que cada um” dos candidatos “tenha, ou não, na relação com a região”.
“E eu não apareci agora, de repente, a dizer coisas bonitas sobre a Madeira para poder mobilizar votos”, vincou, considerando que “durante os últimos 30 anos” tem “dado sinais concretos de um empenhamento no aprofundamento da autonomia regional”.
“Tenho tido oportunidade de recordar que, como presidente da JSD, fui autor de um projeto de revisão constitucional, em 1996, de eliminação da figura de ministro da República, como deputado ao parlamento europeu lutei e fui bem sucedido pelo financiamento da floresta laurissilva com o projeto Life. Como secretário de Estado da Ciência e do Ensino Superior, em 2003 e 2004, consegui que existissem pela primeira vez vagas em cursos preparatórios de medicina aqui na Madeira”, lembrou.
Jorge Moreira da Silva realçou ainda que, como ministro do Ambiente e da Energia no governo de Pedro Passos Coelho, conseguiu “proteger os consumidores madeirenses de cortes ao financiamento ao setor elétrico na Madeira que a troika queria impor”.
“E depois também sinto que, nesta região, as pessoas valorizam muito a autonomia, a independência, a irreverência e, portanto, eu acho que os militantes do PSD da Madeira, que por natureza são irreverentes, são independentes, pensam pela sua cabeça, avaliarão as duas candidaturas pelos seus méritos concretos e não pela circunstância de já ter sido dado o apoio do PSD/Madeira em relação a um candidato”, sustentou.
“Eu, passo a modéstia, tenho 30 anos demonstrados de afinidade com a Madeira, 30 anos demonstrados de crença profunda na autonomia regional e tenho uma vida associada a reformas estruturais que liderei e a resultados que apresentei. Eu espero que isso seja suficiente”, reforçou Jorge Moreira da Silva.
O candidato à presidência do PSD reafirmou também a sua disponibilidade “para qualquer debate” com o adversário Luís Montenegro, salientando que gostava de lhe “dizer diretamente” o que pensa das suas propostas, que classificou “de alguma superficialidade”.
O candidato chegou esta quinta-feira à Madeira no âmbito da campanha para as eleições internas do PSD, que têm como candidatos Jorge Moreira da Silva e Luís Montenegro, permanecendo na região até ao final do dia, após uma agenda que inclui um encontro com Miguel Albuquerque.