Um momento nada habitual que é a imagem de um clube inteiro: na tribuna presidencial do Estádio Nacional do Jamor, depois de o FC Porto ter derrotado o Tondela na final da Taça de Portugal, Sérgio Conceição levantou o troféu em conjunto com Pepe. Quase como um capitão, completamente como um líder. A assunção clara de que é muito mais do que um treinador.

Já na conferência de imprensa, depois de se tornar o único treinador português a conquistar duas dobradinhas, Sérgio Conceição recordou que “os recordes só têm valor quando conquistamos títulos”. “Este ano conseguimos mais dois, que são os mais importantes nas provas internas. Estamos felizes por isso. Foi um ano fantástico da equipa, com muitas dificuldades. Tivemos adversários fortes no Campeonato, tivemos um percurso até aqui imaculado na Taça. Defrontámos os grandes rivais e conseguimos vencê-los. Hoje era a cereja no topo do bolo. Na primeira parte, não percebemos que espaços tínhamos de ocupar para criar mais dificuldades sobre a linha defensiva de cinco. A partir do respeito que tivemos pelo Tondela, não deixando que saíssem, conseguimos estar a festejar aqui”, disse o técnico, prosseguindo com uma análise à final.

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“Este era ‘o’ jogo para o FC Porto. Houve uma ou outra situação que nós, treinadores, vamos tentando corrigir. Foram situações preparadas. Sabemos os comportamentos-padrão do adversário e o Zaidu levou um bocado nas orelhas. Tanto ele como o João Mário são muito fortes nos movimentos de trás para a frente. Eu queria sempre dois homens entre o central e lateral para dar referências e criar dificuldades. Foi assim que, na primeira parte, conseguimos criar perigo; e na segunda parte ainda mais. O resultado penso que até é curto para aquilo que fizemos, sinceramente”, acrescentou Conceição.

Por fim, claramente bem disposto, o treinador do FC Porto acabou por revelar que não lhe custou subir os degraus até à tribuna presidencial do Jamor. “Não me custaram a subir, apesar de hoje ter feito quase 20 quilómetros. No final já senti um bocadinho. Mas podiam ser mais 300 degraus que iríamos subi-los com grande prazer. Estava a olhar para a família. Mais uma vez, dedico-lhes esta conquista”, atirou, soltando um simples “agora é festejar” quando foi confrontado com o próprio futuro.

À CNN Portugal, Sérgio Conceição elogiou o grupo dos dragões. “Na última vez no Jamor perdemos nos penáltis, hoje estamos muito felizes. Foi, como disse ontem na conferência de imprensa de antevisão do jogo, a cereja no topo do bolo. Foi uma época fantástica dos jogadores, parabéns a eles. É um sentimento muito bom. Festejei aqui como jogador e agora estou a festejar como treinador. Sou eu, a equipa técnica, os diferentes departamentos que diariamente trabalham connosco, onde há muita competição, e obviamente muita qualidade dos jogadores. Mas, mais importante do que a qualidade individual de cada um dos jogadores, é a forma como trabalham, com uma determinação e ambição incrível. Arrisco-me a dizer que este foi, talvez, o melhor grupo que tive nesse sentido”, terminou o treinador.