Já são conhecidas as identidades de algumas das 21 vítimas mortais do massacre numa escola primária no estado norte-americano do Texas. Eva Mireles e Irma Garcia são as únicas adultas: todas as outras são rapazes e raparigas até aos 10 anos apanhados no ataque que Salvador Ramos, de 18 anos, cometeu esta terça-feira.
A lista de vítimas inclui Amerie, que morreu enquanto chamava o 911; Xavier, que adorava dançar; e Uziyah, que jogava futebol como o avô lhe ensinou. Ainda há crianças que estavam na escola no momento do ataque, mas que ainda não foram localizadas e foram dadas como desaparecidas. Este artigo continuará em atualização para completar os perfis das vítimas do ataque.
Eva Mireles, professora com formação em língua gestual e bilinguismo, tinha 44 anos e dava aulas na Escola Primária Robb desde há cerca de 17 anos. Desde 2017 que dava aulas à turma do 4º ano e dividia a tarefa com outra professora — e outra vítima mortal do ataque —, Irma Garcia. Era casada com um agente da polícia de Uvalde, com quem tinha uma filha com síndrome de Down, Adalynn. Na página profissional no site da escola, Eva Meireles diz que tem uma família “solidária divertida e amorosa” que inclui três animais de estimação, a quem Eva chamava “amigos peludos” — Callie, Kane e Koda. Adorava correr e caminhar; e mais recentemente estava a descobrir um gosto por ciclismo. Os amigos descrevem-na como aventureira.
Irma Garcia, 46 anos, dedicou metade da vida ao ensino, sempre na mesma escola primária. Era casada com Joe Garcia e tinha quatro filhos: Cristian, que está nos fuzileiros navais; Jose, que estuda na Universidade do Estado de Texas; Lyliana, que está no segundo ano do ensino secundário; e Alysandra, que frequentava o 7º ano. A página profissional dedicada a Irma Garcia revela que a professora adorava fazer churrascos com o marido, ouvir música e passear até Concan, um popular destino de férias de verão perto de Uvalde com uma praia fluvial e atividades para observação de aves.
Xavier Lopez, nove anos, foi a primeira criança a ser identificada entre as vítimas mortais do ataque desta terça-feira. Completaria uma década de vida este verão. Pouco antes do tiroteio, a mãe tinha-o acompanhado a uma cerimónia de entrega de prémios de honra em excelência, uma a duas horas antes do ataque em que Xavier veio a perder a vida. Uma amiga dos Lopez partilhou uma fotografia do rapaz no Facebook, confirmando a morte da criança, e revelou o que lhe disse a família: “Ele agora está com o avô Benny no Reino dos Céus”. Uma prima decreveu Xavier como “um menino amoroso que só aproveitava a vida, sem saber que esta tragédia ia acontecer”. Gostava de dançar com a mãe e os irmãos.
Amerie Jo Garza tinha casado os anos este mês: completou 10 anos no último dia 10 de maio. Horas antes de morrer, recebeu um diploma do Quadro de Honra e Excelência da escola. Em entrevista à ABC News, o pai, Angel Garza, disse: “O meu amorzinho agora está a voar nas alturas com os anjos lá de cima” e sugeriu que a família já tinha perdido uma criança: “Amo-te Amerie Jo, cuida do teu irmão bebé por mim”. A avó, Berlinda Irene Arreola, descreveu a neta como “super-extrovertida” e afirmou que Amerie Jo foi baleada enquanto telefonava para o número de emergência 911.
Uziyah Garcia, oito anos, foi descrito pelo avô Manny Renfro como “o menino mais amoroso” que já tinha conhecido — e não o diz apenas pelo vínculo familiar que os une, garante. Na última visita a Uvelda, Uziyah e o avô aproveitaram o tempo para jogarem futebol. Manny ensinou o neto como passar a bola. “Um miúdo tão rápido, sabia jogar à bola tão bem”, recordou o avô. Um tio de Uziyah, Mitch Renfro, também confirmou que o sobrinho é uma das vítimas do massacre no Texas: “Ele foi morto por um homem doido”.
Makenna Elrod, 10 anos, foi dada como desaparecida pela família, que a veio a encontrar na casa mortuária para onde foram dirigidos os corpos das vítimas mortais. A mãe de uma amiga da criança diz estar “de coração partido” porque a filha, Chloe, “gostava tanto dela”: “Nunca vou esquecer como estava animada para conhecer um novo amigo de uma escola diferente”. Makenna e Chloe usavam a mesma pulseira todos os dias desde há duas semanas — uma prenda que a primeira ofereceu à segunda numa ida ao estádio de beisobol da cidade. “Quando a Chlore acordar amanhã vai ficar devastada”, antecipou a mulher.
Nevaeh Bravo, nove anos, foi encontrada sem vida pela família depois de, numa fase inicial, ter sido dada como desaparecida. Uma prima da criança, Emily Grace Ayala, confirmou que a menina tinha sido localizada, mas que não tinha sobrevivido ao ataque e está agora “a voar com os anjos nas alturas”: “Amamos-te, Nevaeh, muito, princesa”. Outro primo lamentou a morte de Nevaeh nas redes sociais e escreveu: “Descansa em paz, minha querida menina, não merecias isto”.
Annabell Guadalupe Rodriguez, 10 anos, estava no terceiro ano e tinha sido dada como desaparecida depois do massacre.