A Embaixada de Portugal em São Tomé e a Organização Mundial da Saúde (OMS) entregaram ao Governo são-tomense 2.500 testes antigénio para diagnóstico da dengue em apoio ao combate ao surto desta doença, foi esta quinta-feira anunciado.
Os testes foram entregues às competentes autoridades sanitárias santomenses na quarta-feira pelo embaixador de Portugal em São Tomé e Príncipe, Rui Carmo, e a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Anne Anciã, ao próprio primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus.
Segundo uma nota da OMS enviada à Lusa, “esses testes destinam-se a apoiar os serviços de saúde no diagnóstico atempado de infeções por dengue” e “serão distribuídos pelos laboratórios dos distritos do país, incluindo a Região Autónoma do Príncipe e o Hospital Central Ayres de Menezes”.
“A ajuda da OMS além deste primeiro lote de testes antigénio, compreende também vários apoios técnicos e de coordenação da resposta”, lê-se no documento em que se recorda que a OMS apoiou o Governo são-tomense na elaboração do plano nacional de contingência da dengue apresentado na semana passada aos parceiros de desenvolvimento.
Segundo o documento, dois especialistas da OMS vão chegar ao país na próxima semana, nomeadamente um entomologista para a luta anti-vetorial, e um outro em comunicação de risco e envolvimento comunitário, para se juntarem a epidemiologistas e coordenadores da OMS que já estão a prestar serviço no país ao lado do Governo, em conjunto com a equipa nacional.
“Esta entrega da OMS enquadra-se numa assistência mais global à resposta às emergências, incluindo Covid-19, malária e dengue“, no âmbito da qual já se concretizaram a aquisição de equipamentos, além de reagentes e testes que apoiaram no controlo da Covid-19 ao longo dos últimos dois anos.
A lista de apoio incluiu ainda “duas máquinas GeneXpert para descentralizar o serviço do laboratório para estarem mais próximo das pessoas, assim como a aquisição de mais de 80 mil testes rápidos para despistar a Covid-19, formação dos técnicos nacionais em vários domínios essenciais da resposta em São Tomé e no Príncipe, entre outros”, lê-se na nota da OMS.
Segundo o documento enviado à Lusa, doação de Portugal resulta do compromisso da Cooperação Portuguesa de “apoiar o sistema nacional de saúde são-tomense” e decorre no âmbito do projeto “Saúde para Todos — Reforço dos meios complementares de diagnóstico laboratoriais em São Tomé e Príncipe”, assinado em dezembro passado entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, IP, a Instituto Marquês de Valle Flôr e o Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe.
Este projeto “tem por objetivo contribuir para o acesso universal da população são-tomense a cuidados de saúde de qualidade e promover o acesso a meios complementares de diagnóstico laboratoriais a nível central e distrital”.
O projeto tem igualmente em curso a realização de obras e melhorias de infraestruturas nas oito unidades laboratoriais do país, incluindo “fornecimento de mobiliário, equipamentos, materiais, reagentes e consumíveis laboratoriais.
Além de assegurar assistência técnica e formação para a prestação de cuidados eficazes ao nível dos meios complementares de diagnóstico laboratorial”.
O Governo são-tomense confirmou no início de maio um surto da dengue no país, com confirmação laboratorial de 30 dos 41 casos notificados, entre os quais quatro internados, mas sem ocorrência de óbitos.