Mário Mesquita, jornalista e vice-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), morreu esta sexta-feira, aos 72 anos. A notícia foi avançada pelo Correio da Manhã e confirmada pelo Observador.

O jornalista, que começou a exercer a profissão antes do 25 de Abril, no jornal República, era também professor universitário na Escola Superior de Comunicação Social e na Universidade Lusófona. Sobre comunicação social, Mesquita escreveu oito livros.

Durante o seu percurso profissional, Mário Mesquita passou pelo Diário de Notícias, onde ocupou o cargo de diretor e diretor-adjunto, e pelo Diário de Lisboa, como diretor. Prémio Gazeta de Mérito, Prémio de Reportagem do Clube Português de Imprensa e Prémio Artur Portela foram algumas das distinções atribuídas.

Ao Observador, Marcelo Rebelo de Sousa recordou Mário Mesquita como um “combatente pela liberdade de imprensa antes da revolução, durante a revolução, a seguir à revolução, e com uma coragem ilimitada”.

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“Conheci Mário Mesquita muitíssimo bem, no mundo da comunicação social e também como aluno da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde examinei pelo menos uma ou duas provas. Conheci-o jovem e conheci a sua vivência como jornalista, como responsável por órgãos de comunicação social.”

O Presidente da República reconheceu ainda a “figura de democrata, de cidadão ativo, de conhecedor profundo, quer da realidade portuguesa, quer da realidade da comunicação social em Portugal”. “Fica para sempre a memória de um combatente pela democracia e pela liberdade, isento, integro e implacável na defesa dos princípios.”

Ouça aqui as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa na íntegra.

Morreu Mário Mesquita. “Fica para sempre a memória de um combatente pela democracia e pela liberdade”, afirma Marcelo Rebelo de Sousa

Diana Andringa recorda “grande jornalista com sentido ético”

A jornalista Diana Andringa lembrou Mário Mesquita como um “grande jornalista com sentido ético, uma pessoa com sentido de humor e com uma ironia muito fina”. Ao Observador, recordou um episódio em que foi entregue um dossier ao ex-vice-presidente da ERC, no jornal “Diário de Lisboa”, que versava sobre “fugas de informação cuidadosamente selecionadas”. “Já sei como se faz jornalismo de investigação’”, comentou na altura Mário Mesquita.

“Ficou o interesse e o amor pela profissão, a sua capacidade de lutar pelo que é certo e também por se indignar”, sublinhou Diana Andringa, que lamentou que se tenha perdido um “bom jornalista” — que “queria fazer jornalismo bom de mais”.

Ouça aqui as declarações de Diana Andringa na íntegra.

“Queria fazer jornalismo bom de mais”

Costa: “O jornalismo português perde uma referência”

O primeiro-ministro considerou esta sexta-feira que o jornalismo português perdeu uma referência com a morte do professor universitário Mário Mesquita e salientou a sua ação na construção do regime democrático como deputado socialista entre 1975 e 1978.

“Com a morte de Mário Mesquita, o jornalismo português perde uma referência e o país perde um cidadão empenhado que participou na construção do regime democrático como deputado à Constituinte e à Assembleia da República. As minhas sentidas condolências aos seus familiares e amigos”, escreveu António Costa na rede social Twitter.