Um espetáculo de fogo de artifício e bandeiras dos dois países. Foi assim que se inaugurou, esta sexta-feira, a ponte que vai unir o território russo ao chinês, enviando um sinal de proximidade entre os dois países numa altura de grande isolamento internacional para a Rússia.

Como explica a Reuters, a ponte, que terá efeitos simbólicos — mostrar que a relação entre os dois países está a ser aprofundada — e práticos — facilitando as relações comerciais entre os dois países, numa altura em que a Rússia está cada vez mais isolada e castigada por sanções internacionais –, liga a cidade russa de Blagoveshchensk e a cidade chinesa de Heihe, atravessando o rio Amur.

A ponte tem, assim, apenas cerca de um quilómetro de extensão e custou, segundo a agência estatal russa RIA, 19 mil milhões de rublos (325 milhões de euros).

Na inauguração, descreve a Reuters, camiões partiram dos dois extremos da ponte e fizeram a curta travessia, decorados com bandeiras tanto da Rússia como da China.

E o representante do Kremlin naquela região, Yuri Trutnev, celebrou: “No mundo dividido de hoje, esta ponte entre a Rússia e a China tem um significado simbólico especial”.

É, assim, mais uma confirmação de que, após algumas dúvidas iniciais, a China está a escolher ficar ao lado da Rússia. Isto depois de os dois países terem já anunciado, poucos antes da guerra, que se empenhariam numa parceria bilateral “sem limites”.

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No final de abril, outro passo neste sentido, pelo menos a nível, mais uma vez, do simbolismo: nessa altura, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, dizia, citado pela Time, que os dois países estavam “comprometidos” com a construção de “um novo modelo de relações internacionais”.

A conclusão a retirar do “sucesso” da relação entre China e Rússia, defendia então, é que isso acontecera por ambos os países terem posto de lado a lógica de alianças políticas e militares do tempo da Guerra Fria.

Os sinais de apoio da China à Rússia têm valido ao país de Xi Jinping vários avisos e ameaças por parte dos Estados Unidos, mas não parecem ter feito a China recuar.