O serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia do hospital de Braga vai mesmo estar encerrado durante todo o dia de domingo e até às 8h de segunda-feira, dia 13 de junho.
A confirmação consta de um comunicado emitido pelo conselho de administração do hospital, enviado este sábado às redações. Depois de uma nota do Sindicato Independente dos Médicos ter dado nota das perturbações sentidas naquele serviço, a administração veio confirmar o encerramento do serviço durante 24 horas, entre as 8h de domingo e 8h de segunda-feira, mas desmentiu que a situação se vá repetir a 18 de junho, como o sindicato tinha indicado.
Hospital de Braga vai fechar urgência de obstetrícia no domingo, diz Sindicato
A situação deve-se à “impossibilidade de se completarem as escalas de trabalho necessárias”, explica o conselho de administração do hospital. Ainda assim, garante que “envida diariamente todos os esforços com a finalidade de, sobretudo, manter assegurada a prestação de cuidados de saúde de forma regular às grávidas e parturientes da região”.
“Simultaneamente, reforça que se encontra a trabalhar de forma articulada com outros Hospitais da região, de forma a que a resposta aos utentes seja garantida pela rede de instituições do Serviço Nacional de Saúde”, acrescenta o texto.
“Há apenas 2 médicos obstetras escalados amanhã”, alerta o Sindicato Independente dos médicos
O sindicato tinha adiantado que, em vez dos necessários cinco médicos ginecologistas e obstetras, o hospital contava com apenas dois médicos na escala para 12 de junho. E descrevia isto como o “lamentável resultado da incapacidade do Governo em captar e fixar médicos no SNS [Serviço Nacional de Saúde], oferecendo-lhes condições de trabalho e remuneratórias adequadas ao seu nível de responsabilidade”.
Mas os problemas nas escalas de urgência estão longe de estar circunscritos a Braga e afetam hospitais um pouco por todo o país, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo. De resto, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo avisou na sexta-feira que os constrangimentos vão manter-se até segunda-feira em vários hospitais na região de Lisboa.
Grávida perde bebé alegadamente por falta de obstetras no hospital das Caldas da Rainha
A situação ficou mais exposta depois de na sexta-feira ter sido noticiado o caso de uma grávida que perdeu o bebé, alegadamente por falta de obstetras, no hospital das Caldas, tendo o ministério da Saúde assumido que houve constrangimentos na escala “impossíveis de suprir”. Já foi instaurado um inquérito ao sucedido.