Entramos no 110.º dia da invasão russa à Ucrânia. Severodonetsk, na região de Lugansk, continua a ser o principal palco do conflito, com a última das três pontes da cidade a sofrer um bombardeamento. Se a ponte cair, a ligação à vizinha de Lysychansk ficará cortada e o local cercado.
De acordo com publicações no Facebook durante a noite, a Rússia afastou as forças militares ucranianas do centro de Severodonetsk. A intensificação das operações militares nesta zona no leste da Ucrânia está em linha com o objetivo do exército russo: capturar a cidade nos próximos dias e conquistar a região dentro de pouco tempo. Volodymyr Zelenskiy, presidente ucraniano, descreveu o cenário como “severo”.
A Amnistia Internacional publicou um relatório em que acusa a Rússia de crimes de guerra, destacando os efeitos devastadores dos ataques que fazem uso de armas explosivas imprecisas, responsáveis pela morte de civis. “Pessoas foram mortas nas suas casas e nas ruas, em parques e cemitérios, enquanto faziam fila para receber ajuda humanitária ou compravam comida e remédios”, disse Donatella Rovera, Conselheira Sénior de Resposta a Crises da Amnistia.
O que aconteceu durante a madrugada e manhã
- Volodymyr Zelenskiy, presidente ucraniano, descreveu a situação em Severodonetsk como “severa”, na manhã desta segunda-feira, 13 de junho, adiantando que cada metro da cidade está “literalmente” a ser palco de conflito.
- As forças ucranianas foram afastadas do centro de Severodonetsk, durante a madrugada de domingo para segunda-feira, 13 de junho, cidade de Lugansk onde as forças russas têm estado a intensificar os ataques, com o objetivo de dominar a região. A cidade, relata Serhiy Haidai, está a ser alvo de destruição, com três civis mortos, incluindo uma criança de seis anos.
- A ponte que liga a cidade de Severodonetsk a Lysychansk foi alvo de um bombardeamento durante a noite. Caso a ponte se desmorone, a cidade ficará cortada, deixando de haver uma possível rota de evacuação de civis.
- Num novo relatório, a Amnistia Internacional acusou a Rússia de crimes de guerra pelos ataques em Kharkiv, que mataram dezenas de civis, vítimas da utilização de bombas de fragmentação, que são proibidas pela lei internacional — precisamente, devido ao seu impacto indiscriminado entre civis.
- As operações de travessia de rio podem determinar o curso da guerra, diz o mais recente relatório do Ministério da Defesa britânico. “Durante o fim de semana, a batalha em torno de Sieverodonetsk continua com força. No decorrer dos próximos meses, operações de travessia do rio poderão ser um dos fatores mais determinantes para o curso da guerra.”
- A guerra pode durar até dois anos, disse à agência de notícias AFP Mikhail Kasyanov. O antigo primeiro-ministro da Rússia, em funções entre 2000 a 2004 — demitido por Vladimir Putin — acredita, no entanto, que o país pode “voltar a um caminho democrático”.