Era uma corrida 1.1 mas melhor pronúncio a menos de duas semanas do início do Tour era complicado: Rúben Guerreiro venceu esta terça-feira a quarta edição do Mont Ventoux Dénivelé Challenge, clássica francesa que terminou a cruzar a meta de forma isolada após duas passagens pelo mítico Mont Ventoux.

O corredor português de 27 anos foi o primeiro no final dos 154 quilómetros que tiveram início em Vaison-la-Romaine, terminando com o tempo de 4.32.35, com 53 segundos de avanço em relação a Esteban Chaves, colombiano que milita também na EF Education. Michael Stourer, da Groupama, fechou o pódio da prova a 1.28 minutos daquele que é conhecido como cowboy de Pegões – e que festejou como tal.

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“Quando acordei de manhã fiquei surpreendido. O Dauphiné é uma corrida tão dura, é difícil recuperar assim tão rápido. Vi que podia ter o meu dia e tentei comunicar isso à equipa. O Esteban também estava muito bem e controlámos a corrida. No início da subida, senti-me muito bem, ataquei, sempre com a confiança que podia manter aquele ritmo. O Esteban também estava atrás de mim, o que nos dava muita tranquilidade, e, por isso, fui subindo aqueles quilómetros todos, com muito sofrimento. O foco agora é o Tour. Vou para estágio de altitude para chegar ainda mais forte. O objetivo passa por ganhar etapas e é isto que vou tentar fazer no Tour, tentar ganhar uma etapa. Mas sempre com muito desejo de vitória e de tentar fazer o máximo possível”, comentou após o triunfo o corredor da EF Education à agência Lusa.

Rúben Guerreiro: o líder da montanha que aprendeu a pedalar numa “pasteleira velha”

De acordo com o Le Dauphiné, Guerreiro conseguiu a quarta subida mais rápida em Mont Ventoux desde o início do século, à frente de nomes de peso como Alberto Contador, Chris Froome ou Tadej Pogacar. De 2004 para cá, só mesmo o espanhol Miguel Ángel López conseguiu um tempo melhor.

Depois de uma passagem discreta na Volta aos EAU, onde se destacou na subida de Jebel Jais na quarta posição apenas atrás de Tadej Pogacar, Adam Yates e Aleksandr Vlasov, Rúben Guerreiro desistiu a meio da Tirreno-Adriático e foi 20.º da geral na Volta ao País Basco antes de fazer um sétimo lugar na Flèche Wallonne. Mais recentemente, o português deixou boas indicações no Criterium Dauphiné ganho por Primoz Roglic, acabando em nono na geral e quarto na etapa com chegada a Chastreix-Sancy.