O Conselho do BCE decidiu esta quarta-feira encarregar os “comités relevantes” do banco central de “acelerarem” a preparação de uma “nova ferramenta” que possa ser aprovada em breve, com o objetivo de conter o avanço rápido das taxas de juro dos países mais endividados do euro e a chamada “fragmentação” da política monetária.

Segundo as primeiras informações que estão a sair após a reunião de emergência desta quarta-feira, será um novo instrumento que deverá funcionar em paralelo com as compras de dívida que o BCE continuará a fazer, com “flexibilidade”, utilizando os reembolsos de capital e juros dos títulos de dívida que foram adquiridos ao abrigo do programa de emergência pandémica, conhecido pela sigla PEPP.

As compras ao abrigo deste programa vão terminar em julho, mas o BCE revelou que iria reinvestir em mais aquisições o dinheiro que recebesse dos instrumentos detidos que chegam ao fim da maturidade. Agora, a flexibilidade permitir-lhe-á direcionar as compras para dívida de países que estejam a ter maior impacto nos juros.

Em comunicado, o BCE já confirmou que “o conselho de governadores decidiu aplicar flexibilidade no reinvestimento dos reembolsos que vão chegar do portefólio do PEPP, com vista a preservar o funcionamento do mecanismo de transmissão monetária, uma pré-condição para o BCE conseguir cumprir o seu mandato de estabilidade de preços”, e confirmou ter mandatado os comités a, em conjunto com os serviços do BCE, acelerarem a conclusão de um novo instrumento anti-fragmentação. Não foi revelado calendário para a decisão que se seguirá.

Isabel Schnabel, um membro do conselho executivo do BCE, já tinha garantido que o compromisso do banco central era avançar com um instrumento anti-fragmentação. “Este compromisso não tem limites. E o nosso histórico de avançar quando é necessário reforça esse compromisso”, declarou, antes da reunião.

As notícias, avançadas pelas agências financeiras internacionais, estão a ser recebidas com deceção nos mercados, o que se reflete por exemplo no facto de o euro ter dissipado praticamente todos os ganhos desta manhã, face ao dólar, depois de ter estado a recuperar cerca de 1%.

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