A Comissão Europeia colocou em primeiro lugar a proposta da Easyjet no concurso para a entrega de 18 slots no aeroporto de Lisboa. A informação é avançada pela DG Comp esta quinta-feira que adianta que a companhia low-cost inglesa poderá começar a operar os novos slots a partir de 30 de outubro deste ano.

Para trás ficou a Ryanair, a única outra concorrente aos slots (faixas horárias) que a TAP teve de ceder como condição pela atribuição de ajudas públicas de 2,55 mil milhões de euros por parte do Estado português.

A Comissão Europeia diz que avaliou em detalhe as duas únicas propostas em função dos critérios de escolha e classificação definidos em dezembro de 2021 e que baseou a sua escolha na capacidade de lugares que as companhias propuseram oferecer nos slots disponibilizados pela TAP. Os slots são faixas horárias no aeroporto para a descolagem e aterragem de aviões e são muito disputados pelas companhias em aeroportos mais congestionados como o de Lisboa. Os 18 slots diários que a TAP terá de entregar no final do verão correspondem a cerca de três a quatro voos por dia, mas não se conhece a distribuição horária destas faixas.

Tendo como fundamento este critério, os serviços da concorrência europeia colocaram em primeiro lugar a proposta da Easyjet que terá agora como prioridade a conclusão de um acordo com a TAP para concretizar a transferência de slots até 30 de outubro que permita a realização dos seus novos voos.

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Ryanair acredita que o Governo português a e TAP preferem que seja a Easyjet a ficar com os slots em Lisboa

O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary defendeu publicamente que a companhia irlandesa tinha a melhor proposta, mas também manifestou a convicção de que Portugal e a TAP prefeririam entregar os slots à Easyjet, com o argumento de que esta empresa é menos agressiva na concorrência à transportadora portuguesa.

A Ryanair tem feito muita pressão pública pelo acesso aos slots que diz que a TAP desperdiça no aeroporto de Lisboa, tendo inclusive anunciado a redução da oferta para o verão pela demora no processo de atribuição destas faixas horárias que só poderão começar a ser usadas no período de inverno. A companhia de baixo custo irlandesa ainda não reagiu a esta decisão de Bruxelas de atribuir os slots à concorrente britânica.

A Comissão Europeia mandatou uma empresa internacional para conduzir o processo de seleção da empresa que iria ficar com as faixas horárias da TAP, num processo que se iniciou em fevereiro e ao qual concorreram apenas as duas companhias low-cost. Mas a decisão final de entrega dos slots à Easyjet foi tomada pelos serviços europeus da concorrência.

Em declarações divulgadas esta quinta-feira, a vice-presidente da Comissão Europeia com a área da concorrência, Margrethe Vestager, sublinhou que esta decisão irá reforçar a concorrência no setor da aviação europeu, na medida em que permitirá à Easyjet expandir as suas atividades num aeroporto congestionado (Lisboa), contribuindo para preços justos e para um maior leque de escolhas para os consumidores europeus. Também irá ajudar a assegurar que o apoio financeiro atribuído à TAP para permitir o regresso à viabilidade económica não terá um efeito negativo no mercado único.

Easyjet diz que será a 2ª maior companhia em Lisboa com novos slots

A Easyjet congratulou-se com a vitória neste concurso cujo resultado a permitirá tornar-se na segunda maior companhia no aeroporto de Lisboa. Em comunicado, a empresa diz que a decisão lhe permitirá oferecer uma escolha mais vasta de destinos e tarifas acessíveis para as pessoas que viajam de e para a capital portuguesa, para além de criar mais oportunidades de emprego local.

O diretor-geral em Portugal, José Lopes, afirma ainda que a atribuição dos slots vai permitir à empresa “continuar a crescer significativamente num dos nossos mercados mais importantes. Nos últimos dois anos, Portugal provou desempenhar um papel crucial no apoio à nossa estratégia; além de ser um dos destinos preferidos dos nossos clientes em toda a nossa rede. Estamos também entusiasmados por nos tornarmos a companhia aérea número 2 de Lisboa, o que é uma prova da lealdade dos nossos clientes portugueses ao longo dos anos.”